Risco-país sobe;com rebaixamento dos títulos pelo JP Morgan
O risco-país do Brasil subiu mais de 8% nesta quinta-feira (15/4) como conseqüência da decisão do banco JP Morgan de reduzir a recomendação para os títulos brasileiros. O Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes (EMBI), da instituição americana, fechou o dia a 618 pontos, o mais alto desde 29 de outubro do ano […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.
O risco-país do Brasil subiu mais de 8% nesta quinta-feira (15/4) como conseqüência da decisão do banco JP Morgan de reduzir a recomendação para os títulos brasileiros. O Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes (EMBI), da instituição americana, fechou o dia a 618 pontos, o mais alto desde 29 de outubro do ano passado.
Os investidores do mercado financeiro reagiram ao anúncio do JP Morgan, provocando uma queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de 2,57%, uma redução de 2,09% no valor de venda do C-Bond (principal título da dívida externa do governo brasileiro) que ficou cotado a 93,75% do seu valor de face (valor nominal escrito no título) e uma alta de 1,04% no dólar, vendido a 2,918 reais no fechamento.
O ABN Amro Bank discordou da decisão do JP Morgan. O banco, inclusive, reafirmou a posição de recomendação overweight (acima da média do mercado) para os títulos brasileiros. Segundo o relatório do banco divulgado à tarde, "os títulos da dívida brasileira poderão se valorizar com a estabilização dos títulos americanos".
O gerente de Risco de Mercado do Banco BNL do Brasil SA, Everton Gonçalves, considerou exagerada a decisão do JP Morgan. Os argumentos do banco americano como a falta de crescimento econômico sustentado no Brasil e problemas fiscais do setor público não justificavam a menor confiança no país, na avaliação de Gonçalves. "A alta dos juros nos Estados Unidos virá acompanhada de crescimento econômico e de aumento de exportações e de benefícios para a economia global", afirmou.
Para Gonçalves, o aumento da inflação nos Estados Unidos, divulgada ontem, e a redução da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) que formam o cenário da decisão do JP Morgan também não justificam a recomendação. "Há dúvidas sobre quanto o Brasil consegue crescer neste ano. Mas o fato é que temos hoje as mesmas condições que tínhamos em 2000, quando o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu cerca de 4%", afirmou o gerente de Risco de Mercado do Banco BNL.