Economia

Reverter desoneração da folha é voto de confiança, diz Levy

O ministro da Fazenda disse que a aprovação do projeto que reverte parcialmente a desoneração da folha de pagamento é um voto de confiança na política econômica


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "votar o projeto da desoneração é voto de confiança na política econômica para que possamos fazer o ajuste e voltarmos a crescer"
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "votar o projeto da desoneração é voto de confiança na política econômica para que possamos fazer o ajuste e voltarmos a crescer" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2015 às 21h15.

Brasília - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira que a aprovação no Congresso do projeto que reverte parcialmente a desoneração da folha de pagamento de empresas representará um voto de confiança do Poder Legislativo na atual política econômica.

Em mais um esforço para convencer os parlamentares a aprovarem as medidas de ajuste fiscal, o ministro teve uma reunião tensa com a bancada do PMDB na Câmara e voltou a dizer que o governo não tem como acomodar a renúncia da desoneração da folha.

"Votar o projeto da desoneração é voto de confiança na política econômica para que possamos fazer o ajuste e voltarmos a crescer", disse Levy.

Com uma renúncia anual de 25 bilhões de reais, a desoneração da contribuição previdenciária da folha de pagamento é um dos maiores pesos sobre os resultados da arrecadação de tributos e um fator para o crescimento do déficit da Previdência Social, que este ano deve superar 67 bilhões de reais.

A expectativa é que o projeto de lei que reduz pela metade a desoneração da folha seja votada na quarta-feira na Câmara dos Deputados. Levy disse que se a desoneração não for revertida, faltará recursos para outras programas.

"O governo não deixará de pagar a Previdência Social (...) Mas faltará dinheiro para outras áreas", advertiu.

A reunião com a bancada do PMDB foi marcada por questionamento dos deputados, que pediram explicações sobre o número de ministérios, sobre o custo da máquina pública e efeitos das medidas do ajuste no emprego.

Questionado também sobre a dificuldade das empresas em uma conjuntura de desaceleração econômica, o titular da Fazenda disse que o ajuste fiscal é necessário e que a economia brasileira é flexível o bastante para permitir uma acomodação do setor corporativo ao aperto fiscal.

A equipe econômica coloca em prática um duro ajuste das contas públicas destinado a fazer o país voltar a registrar superávit primário, retomar o crescimento e não perder a nota de grau de investimento por agências de classificação de risco.

"Se deixarmos de ser grau de investimento, o custo vai aumentar para todo mundo", disse Levy.

Em 12 meses encerrados em março, o setor público registrou déficit primário de 0,70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). O governo tem como meta fiscal este ano um superávit primário de 66,3 bilhões de reais, equivalente a cerca de 1,2 por cento do PIB.

A fim de assegurar o cumprimento do alvo fiscal, o governo anunciará esta semana um contingenciamento de gasto público que deverá ficar entre 70 bilhões de reais e 80 bilhões de reais, segundo informações prestadas anteriormente por Levy.

Acompanhe tudo sobre:CongressoJoaquim LevyMinistério da FazendaPolítica monetária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor