Economia

Retração no mercado interno freia produção industrial nos estados

A queda das vendas no mercado interno está reduzindo a produção nos pólos industriais mais importantes do Brasil. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas reduziram o ritmo de atividade em maio deste ano, em relação a maio do ano passado, em seis dos 10 estados […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.

A queda das vendas no mercado interno está reduzindo a produção nos pólos industriais mais importantes do Brasil. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas reduziram o ritmo de atividade em maio deste ano, em relação a maio do ano passado, em seis dos 10 estados analisados: Pernambuco (-7,4%), Ceará (-5,0%), Santa Catarina (-3,0%), Minas Gerais (-2,7%), São Paulo (-2,1%) e Rio de Janeiro (-0,4%). Nos quatro outros estados, as linhas de produção que mantêm o ritmo de atividade estão voltadas principalmente às exportação e ao agronegócio. Entre os exemplos mais fortes estão os bons desempenhos do Espírito Santo (23,0%), da Bahia (17,4%), do Rio Grande do Sul (3,5%) e do Paraná (1,7%).

Na avaliação do IBGE, as pressões negativas sobre os resultados da pesquisa refletem o fraco desempenho de indústrias que dependem do mercado interno. Na indústria pernambucana, por exemplo, que liderou a queda em maio, 11 dos 14 setores avaliados reduziram a produção em relação ao ano passado. Derrubaram os resultados do estado quedas expressivas na produção das industrias química (-21,3%), de vestuário e calçados (-54,5%) e de matérias plásticas (-22,9%). A indústria de Pernambuco registra retração desde fevereiro e acumula nos cinco primeiro meses do ano uma redução de -3% no nível de atividade.

Em São Paulo, onde se concentra a produção industrial brasileira, a queda é generalizada. Ficou em -2,1% em comparação a maio do ano anterior, em -0,1% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano e em -0,2% nos últimos doze meses. Onze dos 19 ramos pesquisados reduziram sua produção. O levantamento do IBGE chama atenção para um dado preocupante: os resultados obtidos pela indústria paulista foram mais uma vez inferiores aos do total do país, que ficaram em -0,3% (em relação a maio do ano passado), 0,6% (no acumulado do ano) e 2,7% (em 12 meses). Em maio, o fraco desempenho da indústria química (-6,0%) foi determinante na formação do resultado global negativo, seguido pelo recuo em material de transporte (-7,7%).

Apesar da ter registrado mais uma queda no nível de atividade em maio, Minas Gerais mantém um quadro de estagnação: a queda acumulada até maio (-2,9%) é praticamente igual a acumulada até abril (-3%). O que chama atenção é que a retração mineira no acumulado do ano atinge setores industriais importantes para a economia local: produtos alimentares (-18,5%), material de transporte (-9,1%) e minerais não-metálicos (-9%).

Exportação e agricultura

No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a liderança do crescimento industrial permaneceu com a indústria capixaba. Seu resultado (22,0%), no entanto, foi apoiado em setores de exportação, como o de papel e papelão (56,0%) e de extração de petróleo (55,6%).

O levantamento do IBGE mostra que o resultado positivo de alguns estados também está vinculado à concentração de indústrias cujos setores permanecem aquecidos. Os melhores exemplos estão no crescimento acumulado no ano dos estados da Bahia (4,0%), Paraná (3,5%), Rio Grande do Sul (3,3%) e Rio de Janeiro (2,4%).

No Rio de Janeiro e Bahia, o destaque foi o setor químico, com o aumento da atividade de refino. Nos demais locais, os destaques foram os segmentos mais articulados com o comportamento do agronegócio, como é o caso da indústria mecânica no Paraná e no Rio Grande do Sul.

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