Brexit: Davis acrescentou que serão realizados estudos uma vez que o Reino Unido passe à segunda fase das negociações (Yves Herman/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 10h07.
Londres - O governo britânico não realizou uma avaliação formal sobre o impacto que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) terá na economia do país, admitiu nesta quarta-feira o ministro para o "Brexit", David Davis.
Durante uma sabatina perante o comitê do "Brexit" da Câmara dos Comuns, Davis disse que "não há uma avaliação sistemática do impacto", embora o governo tenha elaborado "análises por setores", mas não uma "previsão" sobre o que possa ocorrer uma vez que o Reino Unido se retire do bloco europeu em março de 2019.
A presidente desse comitê, a trabalhista Hilary Benn, lhe perguntou se o governo tinha ordenado uma avaliação profunda sobre o impacto do "Brexit" nos diferentes setores da economia, entre eles o automotivo, o aeroespacial e o financeiro.
"Acredito que a resposta será não em todos eles", respondeu o ministro do "Brexit", responsável de negociar com Bruxelas os termos do desligamento britânica da UE.
Davis acrescentou que serão realizados estudos uma vez que o Reino Unido passe à segunda fase das negociações com Bruxelas, que se centrarão na relação comercial entre este país e a UE.
Concretamente, o ministro explicou que os estudos se centrarão em aspectos como um eventual acordo comercial com a UE ou se o país se regerá pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo britânico está concentrado nesta semana em salvar o acordo do "Brexit" e poder passar à segunda fase.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, esteve a ponto de assinar um acordo com Bruxelas na segunda-feira, mas foi impedida por seus aliados do Partido Democrático Unionista (DUP), que se opunham a certos termos relacionados com a fronteira irlandesa.
May precisa do apoio dos dez deputados do DUP para governar após perder a maioria nas eleições do último mês de junho.
A primeira fase das negociações está centrada na situação legal dos cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido e dos britânicos que residem na UE, na conta que Londres deverá pagar pela sua retirada e na situação da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.