Refugiados encontram chance de "futuro melhor" em empresas
Em momento no qual o Brasil atravessa dificuldades para atender necessidade de mão de obra, algumas empresas viram oportunidade "efetiva" aos refugiados
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2013 às 10h21.
São Paulo - Em um momento no qual o Brasil atravessa dificuldades para satisfazer sua necessidade de mão de obra , algumas empresas viram uma oportunidade "efetiva" nos refugiados políticos, que, ajudados por este tipo de iniciativa, começam a reconstruir as esperanças desfeitas no caminho até aqui.
Há sete meses e 15 dias Buba Fatti abandonou seu país, a Gâmbia, após ser ameaçado por um clã local. Agora, após receber o status de refugiado político no Brasil, Fatti vê que o esboço de "um futuro melhor" começa a tomar forma graças à oportunidade que uma fábrica de São Paulo lhe deu.
A empresa, dedicada à construção de móveis de cozinha e banheiro, oferece há um ano a oportunidade para que refugiados consigam um emprego no Brasil e possam se integrar em uma nova sociedade após terem abandonado seus países e famílias.
"A iniciativa surgiu porque não encontrávamos mão de obra. No Brasil nós temos um problema, há muitas pessoas que preferem estar em casa recebendo o dinheiro do Bolsa Família do que trabalhando", declarou à Agência Efe Caroline Pitarelli, diretora comercial da Primorald.
Atualmente, a empresa, situada no município de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, tem contratados 13 refugiados, a maioria deles vindos da África, que ajudaram o resto dos empregados a "crescer culturalmente e a dar mais valor ao trabalho", explicou Caroline.
"Eles ensinam muito mais do que aprendem", esclareceu a diretora da empresa, que afirmou que são uma mão-de-obra "efetiva" e que o único requisito pedido pela empresa para sua contratação é "força de vontade".
Entre os 11 refugiados que trabalham na linha de produção da fábrica, 90% procedente da África, se encontra Praman Gurung, um jovem nepalês que há um ano e três meses fugiu do país asiático devido a "problemas políticos".
"Fico triste de ter minha família longe", comentou Gurung, sentimento partilhado por Fatti, que, com os olhos marejados, contou que gostaria de trazer sua família algum dia ao Brasil, país que está dando a ele a oportunidade de "começar de novo".
A ideia de contratar refugiados foi proposta pela ONG Adus, que ajuda dezenas de expatriados a cada ano a iniciar um novo capítulo de suas vidas no país.
Há quatro anos, a Adus ajudou cerca de 200 refugiados vindos de diversos pontos do mundo a trabalhar em empresas brasileiras, a maioria de São Paulo, mas também companhias no Rio de Janeiro e em Santa Catarina apostam na adaptação desta mão de obra no país.
"É uma forma de devolver a eles a esperança após uma situação difícil. Nosso objetivo é fazer com que tenham as condições de trabalhar com suas próprias pernas, de forma independente. Por isso focamos nossos esforços em conseguir cursos de português e sua inserção no mercado de trabalho", comentou o diretor da ONG, Marcelo Haydu.
No entanto, apesar da falta de trabalhadores nas fábricas brasileiras, como comentou Caroline, "ainda existe uma resistência (por parte dos empresários a contratar refugiados) por falta de conhecimento, preconceito e medo".
São Paulo - Em um momento no qual o Brasil atravessa dificuldades para satisfazer sua necessidade de mão de obra , algumas empresas viram uma oportunidade "efetiva" nos refugiados políticos, que, ajudados por este tipo de iniciativa, começam a reconstruir as esperanças desfeitas no caminho até aqui.
Há sete meses e 15 dias Buba Fatti abandonou seu país, a Gâmbia, após ser ameaçado por um clã local. Agora, após receber o status de refugiado político no Brasil, Fatti vê que o esboço de "um futuro melhor" começa a tomar forma graças à oportunidade que uma fábrica de São Paulo lhe deu.
A empresa, dedicada à construção de móveis de cozinha e banheiro, oferece há um ano a oportunidade para que refugiados consigam um emprego no Brasil e possam se integrar em uma nova sociedade após terem abandonado seus países e famílias.
"A iniciativa surgiu porque não encontrávamos mão de obra. No Brasil nós temos um problema, há muitas pessoas que preferem estar em casa recebendo o dinheiro do Bolsa Família do que trabalhando", declarou à Agência Efe Caroline Pitarelli, diretora comercial da Primorald.
Atualmente, a empresa, situada no município de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, tem contratados 13 refugiados, a maioria deles vindos da África, que ajudaram o resto dos empregados a "crescer culturalmente e a dar mais valor ao trabalho", explicou Caroline.
"Eles ensinam muito mais do que aprendem", esclareceu a diretora da empresa, que afirmou que são uma mão-de-obra "efetiva" e que o único requisito pedido pela empresa para sua contratação é "força de vontade".
Entre os 11 refugiados que trabalham na linha de produção da fábrica, 90% procedente da África, se encontra Praman Gurung, um jovem nepalês que há um ano e três meses fugiu do país asiático devido a "problemas políticos".
"Fico triste de ter minha família longe", comentou Gurung, sentimento partilhado por Fatti, que, com os olhos marejados, contou que gostaria de trazer sua família algum dia ao Brasil, país que está dando a ele a oportunidade de "começar de novo".
A ideia de contratar refugiados foi proposta pela ONG Adus, que ajuda dezenas de expatriados a cada ano a iniciar um novo capítulo de suas vidas no país.
Há quatro anos, a Adus ajudou cerca de 200 refugiados vindos de diversos pontos do mundo a trabalhar em empresas brasileiras, a maioria de São Paulo, mas também companhias no Rio de Janeiro e em Santa Catarina apostam na adaptação desta mão de obra no país.
"É uma forma de devolver a eles a esperança após uma situação difícil. Nosso objetivo é fazer com que tenham as condições de trabalhar com suas próprias pernas, de forma independente. Por isso focamos nossos esforços em conseguir cursos de português e sua inserção no mercado de trabalho", comentou o diretor da ONG, Marcelo Haydu.
No entanto, apesar da falta de trabalhadores nas fábricas brasileiras, como comentou Caroline, "ainda existe uma resistência (por parte dos empresários a contratar refugiados) por falta de conhecimento, preconceito e medo".