Reforma tributária: senador adia apresentação do relatório para 4 de outubro
Previsão inicial era de que o parecer seria apresentado pelo relator, Eduardo Braga (MDB-AM), em 27 de setembro
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 14h32.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 14h50.
Para atender um pedido do setor de serviços, o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), adiou de 27 de setembro para 4 de outubro a apresentação do parecer sobre a matéria. Com isso, mais uma audiência pública será realizada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes da entrega do relatório. Ao todo serão novo reuniões do colegiado.
Mesmo com a mudança, Braga prevê que a votação do relatório no Senado ainda possa ocorrer até o fim de outubro, como estava previsto inicialmente. O parlamentar espera que a deliberação na CCJ fique para o dia 18 do mesmo mês.
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"Mesmo com a ampliação do número de audiências, Eduardo Braga manterá o cronograma estabelecido junto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que a votação da reforma tributária no plenário seja concluída na Casa até o final de outubro", informou a assessoria de Braga, em nota.
Entenda a reforma tributária
Como mostrou a EXAME, os senadores devem concentrar o debate sobre a reforma tributária em quatro grandes temas: fixação de alíquotas máximas, período de transição, equilíbrio federativo e regimes especiais. O texto, já aprovado na Câmara dos Deputados, unifica impostos federais, estaduais e municipais para criar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual.
Alíquota máxima
A ideia dos parlemantares é definir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) um teto para a cobrança do IVA.
Braga e diversos senadores estão preocupados com a falta de um parâmetro para definir a taxa que incidirá sobre mercadorias e serviços.
Não à toa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou ao Senado uma nota técnica que estima que com o texto aprovado na Câmara dos Deputados a alíquota variaria entre 25,45% a 27%.
Período de transição
O texto aprovado na Câmara dos Deputados determina que o novo modelo deve estar plenamente implementado, para todos os tributos, só em 2033.
A mudança começará em 2026, tanto na esfera federal com a Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS), que unifica Pis, Cofins e IPI (exceto na Zona Franca de Manaus), quanto para estados e municípios com o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará ICMS e ISS.
Os senadores, entretanto, temem que os empresários tenham que conviver com dois modelos tributários durante todo esse tempo, o que pode implicar aumento de custos. Por isso, alguma proposta para encurtar a transição deve ser apresentada no Senado.
Equilíbrio federativo
A reforma tributária prevê a criação de um Conselho Federativo do imposto sobre bens e serviços, o IBS.
Os estados e o Distrito Federal terão 27 membros, um para cada ente federado, enquanto os municípios e o Distrito Federal serão representados por 27 membros, 14 eleitos com base nos votos igualitários desses entes e 13 com base nos votos ponderados pelas respectivas populações.
As deliberações serão aprovadas se obtiverem os votos da maioria absoluta de seus representantes, e de representantes que correspondam a mais de 60% da população do país. E em relação ao conjunto dos municípios e do Distrito Federal, da maioria absoluta de seus representantes.
Os senadores querem revisitar essas normas para que todos os entes da federação tenham seus interesses contemplados.
Regimes especiais e isenções
Além de manter a Zona Franca de Manaus e o Simples Nacional, a reforma tributária prevê a criação de diversos regimes especeiais e isenções para muitos setores.
Os senadores querem avaliar se todos esses benefícios são necessários ou se é possível reduzir as benesses.
Ainda não existe clareza sobre quais setores podem perder os benefícios, mas o assunto será avaliado pelos parlamentares.