Meirelles: o ministro também comparou a curva de gastos com previdência no Brasil em proporção do PIB com a realidade de outros países (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2017 às 17h22.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu nesta terça-feira, 14, à bancada do PSB na Câmara dos Deputados a apresentação sobre a Reforma da Previdência que foi mostrada na semana passada a outros partidos - PMDB, PSD, PRB e PP - que compõem a base de apoio ao governo na Casa.
Ele mostrou dados sobre a evolução das despesas previdenciárias nas últimas décadas para mostrar a necessidade de se aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 sem alterações que diminuam a reforma.
Enquanto diversas emendas apresentadas na Comissão Especial que analisa a PEC defendem a manutenção das regras atuais para as aposentadorias rurais, o ministro argumentou que o déficit da previdência do campo era de R$ 14,7 bilhões em 2002 e chegou a R$ 103,4 bilhões em 2016.
"Mais fácil seria fazermos uma reforma que não afetasse a Previdência Rural, mas o déficit na Previdência do campo é incontestável", completou.
O ministro voltou a alertar os parlamentares de que os próximos governos só terão capacidade de investimento em áreas sociais se a Reforma da Previdência for aprovada.
"Para continuarmos investindo em Saúde e Educação precisamos estabilizar a previdência. A previdência precisa ser autofinanciável", reforçou.
Meirelles também comparou a curva de gastos com previdência no Brasil em proporção do PIB com a realidade de outros países. De acordo com ele, a chamada "razão dependência" - proporção entre a população economicamente ativa e a população aposentada - brasileira caminha para ficar pior que a europeia.
"Política social é muito boa, mas tem que ser paga. A conta da Previdência é cada vez maior, e a questão é como se pagar isso", repetiu.
Ele voltou a dizer que, com o Teto de Gastos aprovado no ano passado, o Brasil voltou a uma trajetória sustentável. "Mas se a Previdência não for ajustada, as outras despesas do orçamento irão estourar o teto", alegou.
"A reforma não elimina o déficit da Previdência, mas impede que ele continue a crescer", concluiu.