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RH é fraqueza de São Paulo e Rio, diz AT Kearney

Em ranking das cidades mais globalizadas do mundo, brasileiras são prejudicadas por carências nesses quesitos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 14h28.

Na corrida para se sobressair entre as cidades mais globalizadas do mundo, São Paulo e Rio de Janeiro são prejudicadas por deficiências principalmente nas áreas de recursos humanos e atividade econômica. A conclusão é de um estudo da consultoria americana AT Kearney, que analisou 60 cidades de todo o mundo. São Paulo obteve a 30ª colocação, e o Rio, a 47ª.

A pesquisa considerou cinco itens: nível de atividade econômica (30% da nota final), capital humano (30% da nota), capacidade de acessar e trocar informações (15%), atividade cultural (15%), e engajamento político (10%). "Para uma cidade ser realmente global, não importa apenas o nível de atividade econômica. As cidades podem ser atrativas por outros fatores", afirma Silvana Machado, vice-presidente da AT Kearney do Brasil.

É o caso de São Paulo. A maior cidade brasileira não faz feio em relação ao nível de atividade econômica. Neste quesito, a capital paulista fica em 16º lugar, à frente das demais cidades latinas do estudo e atrás apenas de medalhões como Nova York e Tóquio. Mesmo as cidades emergentes que se destacam à sua frente são chinesas, como Hong Kong, Xangai e Pequim, e, portanto, se beneficiam da acelerada expansão econômica de seu país.

Mas os paulistanos deixam a desejar em capital humano. Com 30% de contribuição para a nota final, esse é o item quem que a cidade tem seu pior desempenho - 36º lugar. Buenos Aires, que é a 33ª no ranking geral, aparece como a 16ª neste quesito. Para ser uma cidade global, São Paulo deveria ter a capacidade de atrair um forte contingente de estrangeiros, o que não ocorre. Ela também perde em quantidade de pessoas com terceiro grau completo, estudantes estrangeiros que freqüentam suas universidades - o que é reflexo de outro item em que São Paulo vai mal: o de instituições de ensino superior de nível internacional. "Para continuar crescendo, São Paulo terá de formar pessoas", afirma Silvana.

São Paulo também está um pouco abaixo da média - 31ª posição - em capacidade de trocar e acessar informações. A cidade se destaca ao possuir uma boa quantidade de consultorias e centros de pesquisa que geram publicações internacionais. Também é razoavelmente coberta pela mídia mundial. Mas perde a corrida no número de assinantes de internet banda larga. Para se ter uma idéia, Roma, a 30ª colocada nesse item, tem cerca de oito vezes mais assinantes.


A cidade ficou acima de sua colocação geral no item cultura - 27º lugar -, que considera desde a quantidade de eventos esportivos até a qualidade da gastronomia local, passando por exposições e visitantes estrangeiros. São Paulo também apresentou um desempenho melhor no quesito engajamento político - 23ª posição. Esse item abrange desde o número de embaixadas e consulados existentes na cidade, até a capacidade de estabelecer parcerias com o poder público.

Rio de Janeiro

O item em que os cariocas mais se sobressaíram é na atividade cultural, que representa 15% da nota final. Ficaram em 22º lugar, à frente dos paulistanos. "Se não fosse pela sua força cultural, talvez o Rio nem estivesse no ranking, porque sua atividade econômica não foi bem avaliada", afirma Silvana. Para a consultora, reforçar o lado cultural da capital fluminense pode ser um meio de aumentar sua inserção no cenário global. Ela sugere investir na organização de mais eventos culturais e esportivos, a fim de atrair turistas e fomentar o setor. "É preciso olhar essas atividades como fonte de negócios", diz.

Em relação à economia e aos negócios, a cidade ficou em 44º lugar, prejudicada pelo menor número de instituições financeiras e prestadoras de serviços de porte mundial sediadas ali, pela menor troca de bens com outras cidades, e pelo menor número de eventos de negócios realizados, como feiras e conferências.

Quanto ao capital humano, que contribui com 30% da nota final, o Rio foi classificado na 47ª posição. Já em relação ao nível de atividade política, os cariocas ficaram em 46º lugar. O quesito em que o Rio foi pior avaliado foi o de acesso e troca de informações, no qual recebeu a 50ª colocação. Apesar de ter uma boa quantidade de centros de pesquisa e consultorias gerando publicações internacionais, os cariocas ainda carecem de maior cobertura internacional e de mais assinantes de banda larga, segundo a AT Kearney.

Classificação geral

Esta é a primeira pesquisa sobre cidades globalizadas da AT Kearney, que, até então, vinha analisando a inserção global apenas dos países. Nova York é a cidade mais globalizada, segundo o estudo, seguida por Londres, Paris, Tóquio, Hong Kong, Los Angeles, Cingapura, Chicago, Seul e Toronto.

Entre os emergentes, também se destacaram Pequim, na 12ª posição, Moscou (20º), Xangai (21º), Bangcoc (22º), Cidade do México (25º) e Istambul (28º). "Estas são cidades que podem servir de exemplo para o desenvolvimento das brasileiras", diz Silvana.

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