Economia

Recessão italiana continua e amplia problemas de Monti

Contração do PIB italiano amplia as dificuldades para o governo tecnocrata de Mario Monti diante de uma crise de dívida

Premiê: a Itália tem sido a economia mais lenta da zona do euro há mais de uma década (Feng Li/Getty Images)

Premiê: a Itália tem sido a economia mais lenta da zona do euro há mais de uma década (Feng Li/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 08h29.

A economia da Itália contraiu 0,7 por cento no segundo trimestre, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, ampliando as dificuldades para o governo tecnocrata de Mario Monti diante de uma crise de dívida que ameaça toda a zona do euro.

A queda de 0,7 por cento no Produto Interno Bruto foi a quarta consecutiva para uma economia atolada em recessão desde meados do ano passado, após declínio de 0,8 por cento no primeiro trimestre.

Os dados foram ligeiramente piores do que as expectativas. A mediana das estimativas em uma pesquisa da Reuters com analistas indicava uma queda de 0,6 por cento.

A agência oficial de estatísticas Istat reportou que o PIB recuou 2,5 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, após uma queda de 1,4 por cento no primeiro trimestre, apresentando o recuo mais forte desde o fim de 2009.

A Itália tem sido a economia mais lenta da zona do euro há mais de uma década, alimentando as preocupações dos investidores sobre a capacidade do país de reduzir a dívida pública, de cerca de 123 por cento da produção.

A recessão enfraquece as receitas tributárias e afeta os empregos e o consumo em um círculo vicioso que atrapalha Monti, que busca reduzir o déficit orçamentário para 0,1 por cento do PIB em 2014.

Com os rendimentos dos títulos italianos ainda perto de 6 por cento, Monti vem alertando aos parceiros europeus que, a menos que mostrem flexibilidade em relação às finanças públicas da Itália, o país pode em breve ser comandado por um governo cético em relação ao euro e pouco comprometido com a consolidação fiscal.

Monti prometeu renunciar na próxima primavera (do Hemisfério Norte), quando devem acontecer novas eleições.

A Istat disse que a atividade teve contração em agricultura, indústria e serviços, mas não deu detalhes numéricos dos componentes do PIB.

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