Matéria-prima: os reajustes incluem embalagens de papelão, entre 3,5% e 10%; aço, de 5% a 8%; resinas plásticas, entre 6% e 15%; cobre (4,5%) e náilon (5%) (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 08h43.
São Paulo - O ano começou com aumentos de preços não só para o consumidor, mas também com fortes pressões de custos em vários segmentos da indústria.
Os reajustes incluem embalagens de papelão, entre 3,5% e 10%; aço, de 5% a 8%; resinas plásticas, entre 6% e 15%; cobre (4,5%) e náilon (5%), além do frete, pressionado recentemente pela alta do diesel e da entrada em vigor da "lei do motorista", apontam os empresários da indústria.
O movimento de alta no custo dos insumos ganha força em várias cadeias de produção e deve ter reflexos mais nítidos nos preços dos bens duráveis, como geladeiras e carros.
Isso pode ampliar as pressões inflacionárias ao longo do semestre e reduzir a contribuição dada pelos bens duráveis nos últimos anos para segurar a inflação. Tudo, sem considerar a volta da cobrança integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desses produtos, prevista para julho.
"A última alta expressiva dos bens duráveis no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi em 2005, de 3,03%. Nos anos seguintes ocorreu deflação, exceto em 2010. Em 2012, os preços dos duráveis caíram 3,47%.
Minha projeção para este ano é de uma elevação de 2%", prevê o economista da LCA Consultores, Fábio Romão. O preço do carro novo teve deflação por cinco anos seguidos, segundo dados do IPCA. Em 2012, a queda foi de 5,7%. A expectativa de Romão para este ano é de aumento de 3% no preço do carro zero.
As siderúrgicas sinalizaram aumentos nos preços do aço, insumo básico para a produção de vários bens duráveis. O setor de autopeças está sob pressão desde o início do ano. Fabricantes e distribuidores de aço pedem 8% de aumento.
"Estamos negociando, mas a intenção das usinas é aplicar o reajuste neste mês", afirma um executivo do setor de autopeças que está em processo de negociação e por isso pede para não ter o nome revelado.
Também há negociações com produtores de cobre, que pedem 4,5% de aumento, de náilon (5%) e de embalagens de papelão (de 3,5% a 10%, dependendo da especificação do produto).
O polipropileno já subiu 6,2% em janeiro e o alumínio, 0,54% no início deste mês. Ainda há a demanda das empresas privadas de coleta seletiva de lixo industrial, que pedem 10% de aumento.
"Há várias pressões de custos", afirma o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula.
Além do aço, ele aponta aumentos de preços nas resinas plásticas, embalagens de papelão, frete e o reajuste dos salários dos trabalhadores acima da inflação. "A boa notícia vem da redução da tarifa de energia. Mas ela representa entre 1% a 2% do custo de produção da indústria de linha branca", afirma Kiçula.