Economia

Reajuste da Sabesp deve ser maior que 5,4%, diz diretor

O valor foi estabelecido em abril de 2014


	Sabesp: Rui Affonso afirmou também que a empresa está monitorando de perto seus covenants
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Sabesp: Rui Affonso afirmou também que a empresa está monitorando de perto seus covenants (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 12h27.

São Paulo - O diretor econômico-financeiro e de Relações com Investidores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Rui Affonso, afirmou que o recálculo do reajuste de tarifa pedido à Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) significa que o reajuste será maior que 5,44%, valor estabelecido em abril de 2014.

Em fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 13, a Sabesp informou que o seu conselho de administração autorizou a companhia a pleitear junto à Arsesp a publicação do recálculo das tarifas para inicio de aplicação em dezembro de 2014.

Em abril a Sabesp informou que não aplicaria imediatamente o índice de reajuste estipulado pela Arsesp para a primeira revisão tarifária da concessionária.

A autarquia definiu em 5,44% o valor final para o reposicionamento das tarifas, com aplicação autorizada a partir do dia 11 de maio.

"O reajuste deverá ser maior que 5,44% porque esse valor foi estabelecido em abril de 2014. Não sabemos de quanto será essa atualização, cabe à agência reguladora. O que nós pedimos a Arsesp é a aplicação, em dezembro, do reposicionamento autorizado em abril. Neste caso, não cabe um novo cálculo, e sim a atualização", explicou Affonso.

Covenants

Affonso afirmou também que a empresa está monitorando de perto seus covenants (obrigações financeiras em contrato), principalmente aqueles ligados a dívida e Ebitda, apoiando-se na contenção de despesas para mantê-los.

"Estamos tomando todas as medidas para evitar qualquer estresse relacionado a covenants", afirmou.

Segundo ele, a contenção de despesas será o principal caminho da Sabesp para evitar uma renegociação de covenants, sendo mais importante que o recálculo do reajuste tarifário pedido à Arsesp.

"Não apenas o aumento da tarifa, mas a contenção de despesas é uma medida central para manter a margem Ebitda. Não apoiamos a manutenção dos nossos covenants apenas na expectativa de reajuste tarifário", afirmou.

"A empresa tem feito um esforço significativo no sentido de contenção de suas despesas. Não passa pelo nosso radar uma renegociação de covenants porque estamos tomando todas as medidas para que isso não seja necessário", acrescentou Affonso.

Investimentos

O executivo evitou fornecer um guidance para o capex até o fim do ano e explicou que houve uma nova hierarquização dos investimentos para atender às necessidades da crise hídrica. No início do ano, a Sabesp definiu a meta de investir um total de R$ 2,642 bilhões em 2014.

No entanto, em maio, Affonso afirmou que o capex da companhia no ano "com certeza absoluta" ficará abaixo do guidance de R$ 2,6 bilhões, afirmação reiterada em agosto. No acumulado dos primeiros nove meses, a Sabesp investiu R$ 2,3 bilhões.

"A Sabesp conteve seus investimentos em alguma proporção, mas significativamente inferior ao que ela conteve de despesa. Isso porque alguns investimentos foram postergados, mas substituídos por outros para garantir a segurança hídrica. Um acabou compensando o outro", explicou Affonso.

"Em relação aos próximos anos, prevemos sim um rebalanceamento do nosso capex à luz dessa situação de escassez hídrica", acrescentou.

Affonso comentou ainda que o plano de investimentos divulgado pelo governo estadual para aumentar a segurança hídrica até 2017 inclui quatro projetos associados a Sabesp que, juntos, exigirão investimentos no total de aproximadamente R$ 1 bilhão.

Um dos projetos é a interligação da bacia do PCJ, onde fica o Cantareira, e a bacia do Paraíba do Sul, com conclusão prevista para 2016.

"Esse valor não deverá se somar ao plano de investimentos da companhia, mas sim substituir alguns (investimentos)", que sofrerão nova hierarquização, disse Affonso.

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