Economia

Rajoy pede fim de barreiras alfandegárias no Brasil

Após destacar que este país é para a Espanha um parceiro estratégico fundamental na América Latina, ressaltou o vigor dos laços comerciais

Mariano Rajoy, presidente do governo espanhol discursa: o Brasil é, de fato, o segundo destino dos investimentos espanhóis, atrás apenas do Reino Unido (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

Mariano Rajoy, presidente do governo espanhol discursa: o Brasil é, de fato, o segundo destino dos investimentos espanhóis, atrás apenas do Reino Unido (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2012 às 18h33.

São Paulo - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, defendeu nesta quinta-feira no Brasil a eliminação das barreiras alfandegárias que desaceleram as trocas comerciais e defendeu a necessidade de contar com regras "claras e estáveis" para favorecer o investimento estrangeiro.

Rajoy apostou nestes princípios em um encontro empresarial organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Câmara de Comércio Oficial da Espanha no Brasil e a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais, do qual participaram os responsáveis das principais empresas espanholas que operam no Brasil.

Após destacar que este país é para a Espanha um parceiro estratégico fundamental na América Latina, ressaltou o vigor dos laços comerciais, mas considerou que "ainda resta muito caminho a percorrer" até alcançar os níveis potenciais que correspondem aos dois países, por seu tamanho e pelo peso de suas economias.

Neste contexto Rajoy advogou por impulsionar a troca de produtos e advertiu que, para isso, "é essencial eliminar as barreiras tanto alfandegárias como não-alfandegárias" que o desaceleram, impedimentos que persistem nos países do Mercosul e que já denunciou à Comissão Europeia.

Na mesma linha, para favorecer os investimentos, Rajoy defendeu a necessidade de garantir o respeito às regras do comércio internacional e de contar com um marco jurídico e econômico "estável e conhecido".

O governo espanhol prevê que as trocas comerciais e de investimento com o Brasil, que mantiveram uma tendência de alta nos últimos anos, continuarão por esse caminho a médio e longo prazo.

Segundo os números apresentados hoje, o comércio bilateral registrou em 2011 um recorde histórico, superando folgadamente os seis bilhões de euros.


As exportações espanholas ao Brasil se situaram acima dos 2,5 bilhões de euros, com um crescimento de 17% em relação a 2010, enquanto as exportações brasileiras à Espanha alcançaram os 3,6 bilhões de euros, 18% a mais que no ano anterior.

Rajoy, acompanhado da ministra de Fomento, Ana Pastor, destacou ainda o aumento do investimento direto da Espanha no Brasil, que superou em 2010 os 54,8 bilhões de euros, um número que representa quase a metade do todo o investimento espanhol na América Latina.

O Brasil é, de fato, o segundo destino dos investimentos espanhóis, atrás apenas do Reino Unido.

O presidente do governo espanhol aproveitou a oportunidade para convidar também as empresas brasileiras em processo de internacionalização a investir na Espanha.

"A Espanha, apesar da conjuntura atual, é um mercado que oferece magníficas oportunidades de negócio e que, além disso, pode servir de porta de entrada ao atrativo mercado da União Europeia, que conta com uma dimensão adequada e com um elevado poder aquisitivo", assinalou.

O chefe do Executivo elogiou o trabalho das empresas espanholas no Brasil e garantiu que a maioria chegou para ficar.

Do encontro participaram executivos de empresas como Gamesa, Telefónica, Banco Santander, Iberia, Mapfre e Talgo.

Mediante uma nota de imprensa, esta última empresa destacou que se encontra "entre as mais bem posicionadas" no leilão pelo trem de alta velocidade que unirá Rio e São Paulo, que será licitado em breve.

A Talgo, que participa do consórcio que adjudicou recentemente o trem rápido entre Meca e Medina, na Arábia Saudita, confia em ter sucesso no Brasil, que realizará nas próximas décadas milionários projetos de infraestruturas nos quais estão interessadas todas as grandes construtoras espanholas. 

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