Economia

Questões econômicas serão prioridade, diz filho de Bolsonaro

Para recuperar a economia o quanto antes, a família Bolsonaro, que se intitula economicamente como de centro-direita, e não de extrema-direita

Eduardo Bolsonaro: “o Brasil é um avião que está caindo, vamos ser ousados", disse (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Eduardo Bolsonaro: “o Brasil é um avião que está caindo, vamos ser ousados", disse (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 17h58.

Última atualização em 15 de outubro de 2018 às 12h07.

Se eleito no dia 28 presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) irá priorizar a aprovação de medidas econômicas e não vai gastar capital político para avançar com outros temas, disse à Bloomberg o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do candidato à Presidência e um dos principais articuladores do pai. “O Brasil é um avião que está caindo, vamos ser ousados.”

Para recuperar a economia o quanto antes, a família Bolsonaro, que se intitula economicamente como de centro-direita, e não de extrema-direita, quer começar a trabalhar logo após o resultado do 2º turno, caso o candidato seja eleito.

Segundo Eduardo, não há empecilho para que a reforma da Previdência encaminhada pelo atual governo seja aproveitada. “Queremos começar o ano já tendo aprovado algo, vamos dar o primeiro passo”, diz. Em entrevista na terça-feira, o candidato à presidência havia afirmado que o projeto de Michel Temer não seria aproveitado.

Eduardo reforça a ideia do guru econômico da campanha, Paulo Guedes, de unificar a alíquota de Imposto de Renda para as pessoas físicas que ganham acima de cinco salários mínimos. Mas afirma: “a gente não pensa em aumentar tributo em nenhuma hipótese”. Ele também engrossa o coro de que não há plano B para o economista. “Aí eu vou ter que repetir meu pai: não tem como entrar num casamento já pensando no fim.”

Comprometido com a redução da máquina pública e da diminuição de cargos, se eleito, Bolsonaro irá reduzir para 15 o número de ministérios, hoje em 29. “Uma boa parte será de militares e não tem problema nenhum nisso. O general Augusto Heleno deve indicar o ministro da Defesa e há boa chance de o general Oswaldo Ferreira ser o novo ministro da Infraestrutura.”

Ainda sem um convite formal, o comando do Banco Central poderá continuar nas mãos do atual presidente, Ilan Goldfajn. “Depende se ele vai aceitar ou não. A gente elogia muito a equipe atual do Banco Central. Não sei se Paulo Guedes chegou a conversar com Ilan, mas a ideia seria mantê-lo”, disse Eduardo.

Questionando a destinação dos recursos que hoje integram os bancos públicos, o clã dos Bolsonaro pretende começar o governo fazendo uma auditoria no BNDES, instituição que eles acreditam ser uma “caixa-preta”.

Com a estratégia de agrupar as bancadas, mas não partidos específicos, o deputado federal diz que em um eventual governo Bolsonaro conversará com todas as legendas, mas exclui partidos que considera "radicais" - PT, PCdoB e PSOL. A estratégia para a aprovação de temas polêmicos passará por conversas entre as bancadas e diz que será feito o possível para aprovar matérias positivas para a economia do Brasil.

“Se a gente não conseguir alterar a Constituição via emenda constitucional, vamos colher os frutos disso, vamos ser a nova Grécia. Eu vou fazer a minha parte. Não vou pegar um FAL, não vou pegar um M-16, um AR-15 e vou fuzilar o Congresso. Vou lamentar muito, mas o pessoal mais pobre é que vai sofrer.”

Admirador dos EUA e de Israel, o deputado federal usa com frequência exemplos sobre o país norte-americano para falar das estratégias de campanha de um eventual governo Bolsonaro.

É o caso da retomada do emprego, que ele acredita que pode ser forte como acontece agora nos EUA. Para isso, a ideia é criar segurança jurídica e desburocratizar. “Acredito que a gente consiga trazer onda de otimismo e gerar empregos.”

Para quem questiona se um eventual governo do capitão da reserva do Exército daria um golpe militar, o recado do deputado federal é: “Isso é uma questão de confiança”.

"Não há sentido em achar que Jair Bolsonaro vai dar um golpe usando as Forças Armadas. As Forças Armadas servem ao Brasil, não a um partido ou uma pessoa. Se ele tivesse esse poder todo, dá o golpe agora. Por que ele está participando de eleição, se estressando, se expondo?"

O sistema de votação brasileiro também é questionado pelo PSL. Depois de duvidar se há ou não fraude nas eleições, o parlamentar afirma que, se seu pai for eleito, irá sugerir uma mudança no sistema, com a impressão dos votos para que seja possível auditar o resultado.

Deputado federal mais votado em São Paulo, Eduardo Bolsonaro quer continuar com suas funções como parlamentar. “Não vou assumir pasta nenhuma. Sou deputado e continuarei. Tem pessoas mais qualificadas do que eu.”

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