Acompanhe:

Questão Macro: Por que o risco fiscal leva à alta dos juros futuros?

Arthur Mota, economista da Exame Research e Álvaro Frasson, do BTG Digital, comentam os assuntos da semana no Questão Macro desta quarta-feira

Modo escuro

Continua após a publicidade
Álvaro Frasson, Fabiane Stefano e Arthur Mota apresentam Questão Macro a partir desta semana (Divulgação/Exame)

Álvaro Frasson, Fabiane Stefano e Arthur Mota apresentam Questão Macro a partir desta semana (Divulgação/Exame)

L
Ligia Tuon

Publicado em 23 de setembro de 2020 às, 10h37.

Última atualização em 23 de setembro de 2020 às, 11h03.

É provável que você já tenha ouvido falar que o risco fiscal impõe um prêmio maior nos juros. Esse alerta é feito a todo momento por autoridades como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Isso significa, entre outras coisas, que o nível historicamente baixo da Selic, taxa básica da economia, pode não ser sustentável. 

O BC sinalizou para isso no início da semana, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), ao trazer a avaliação de que a Selic – mantida em 2% ao ano na semana passada – não deve sofrer cortes adicionais até o fim do ano. A trajetória dos gastos públicos sem um claro "plano de pouso" é um dos motivos que balizam essa leitura. Outro é o ritmo dos preços:

"A autoridade monetária enxerga pressão inflacionária transitória no curto prazo, risco fiscal, mas também uma preocupação com o ritmo de recuperação no próximo ano", diz Arthur Mota, economista da Exame Research.

Mas o que os juros tem a ver com os gastos públicos? A principal maneira que o governo tem de se financiar é através da venda de títulos públicos. Desta forma, para "emprestar" dinheiro à União, é preciso estar seguro de que ele vai voltar. No caso do Brasil, a chance de um calote não é considerada num horizonte relevante de tempo.

Mas isso não significa que a trajetória da sua dívida é vista como sustentável. Cada vez que a percepção dos investidores piora em relação a essa questão, piora também o custo para o país se financiar. Esse custo maior é, e certa forma, o "prêmio" do investidor.  

O economista explica essa questão, além de comentar os principais assuntos econômicos da semana, junto com Álvaro Frasson, do BTG Digital, no Questão Macro desta quarta-feira, 23, às 13h30. A conversa será mediada pela jornalista Fabiane Stefano, editora de macroeconomia da Exame. 

Leilões recordes

O terceiro trimestre, em especial setembro, está ficando marcado por leilões recordes do Tesouro Nacional, em linha com a necessidade de emissões e de cobrir os gastos e a dívida gerada pela covid-19.

Esse movimento acontece em meio a um cenário de juros historicamente baixos e um processo de encurtamento da dívida, com maior emissão de papéis curtos prefixados e pós fixados:

"Nesse sentido, começam a surgir algumas dificuldades e assimetrias pouco usuais em LFTs (tesouro Selic), o que tem gerado certa preocupação no mercado, sobretudo pelo fato de os leilões e necessidade de emissões seguirem grandes nesse final de ano e até o início do próximo", diz Mota.

Tem dúvidas sobre economia? Mande suas questões pelo site. Inscreva-se aqui para ser avisado quando o programa for ao ar.

Sobre os apresentadores:

Álvaro Frasson é economista do BTG Pactual digital, mestre em economia aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bacharel em economia pela Universidade do Estado de Santa Catarina e analista de investimentos certificado pela Apimec/CNPI. Possui mais de dez anos de experiência, tanto em análise macro quanto em análise de mercados e ações.

Arthur Mota tem mais de oito anos de experiência em macroeconomia, tendo acompanhado e avaliado a evolução da política econômica brasileira e dos principais países do mundo desde a última grande crise. Atuou no setor bancário e em instituição de classe, com foco no acompanhamento diário da atividade econômica e na construção de cenários. É mestre em economia aplicada pela Universidade de São Paulo e bacharel em economia pela Universidade Federal de São Paulo.

Fabiane Stefano é editora de macroeconomia da Exame. Com mais de 15 anos de experiência em jornalismo, cobre temas como economia, política, gestão pública e negócios. Graduada pela Universidade Estadual Paulista e com mestrado pela Universidade Estadual de Campinas, foi pesquisadora visitante da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

 

Últimas Notícias

Ver mais
Dívida pública federal sobe 2,25% em fevereiro, para R$ 6,595 tri, diz Tesouro
Economia

Dívida pública federal sobe 2,25% em fevereiro, para R$ 6,595 tri, diz Tesouro

Há 17 horas

'Estamos trazendo a inflação para a meta com grande sucesso', diz Campos Neto
Economia

'Estamos trazendo a inflação para a meta com grande sucesso', diz Campos Neto

Há 18 horas

Carga tributária bruta do governo geral cai para 32,44% do PIB em 2023
Economia

Carga tributária bruta do governo geral cai para 32,44% do PIB em 2023

Há 18 horas

Copom não se guia por precificações de mercado para Selic, diz Campos Neto
Economia

Copom não se guia por precificações de mercado para Selic, diz Campos Neto

Há 20 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais