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Queda na renda pode explicar recuo em prestação de serviços

Em maio, o faturamento do setor registrou queda nominal na comparação com igual mês do ano passado pela primeira vez desde o início da série, em janeiro de 2012

Setor de serviços: de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, também do IBGE, o rendimento médio real dos brasileiros encolheu 5,0% em maio (Reza Estakhrian/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2015 às 12h54.

Rio - A forte retração no rendimento médio dos trabalhadores é a principal razão por trás da intensa deterioração na evolução da receita dos serviços prestados às famílias ao longo de 2015, afirmou nesta quinta-feira, 16, Roberto Saldanha, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).

Em maio, o faturamento do setor registrou queda nominal na comparação com igual mês do ano passado pela primeira vez desde o início da série, em janeiro de 2012.

"Realmente vemos uma retração bastante expressiva na renda das famílias", observou Saldanha. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, também do IBGE, o rendimento médio real dos brasileiros encolheu 5,0% em maio ante maio de 2014.

"É uma queda no poder aquisitivo da população que se reflete nesses serviços que envolvem alojamento, alimentação e serviços pessoais. Os brasileiros estão comendo menos fora de casa e viajando menos", explicou.

Saldanha disse ainda que há um efeito base, diante dos resultados excepcionalmente favoráveis em maio e junho do ano passado em função da maior demanda por serviços às vésperas da Copa do Mundo. Mesmo assim, a queda na renda prevalece, e a receita do setor encolheu 1,4% na comparação interanual.

"Isso sem descontar o efeito da inflação. Os preços desses serviços sobem mais do que IPCA global. Então, as empresas realmente faturaram menos em relação a maio do ano passado. Ou seja, tirando o efeito da inflação, isso é muito mais negativo", afirmou o gerente.

Serviços de engenharia

Os gastos com consultorias, publicidade e propaganda e serviços de engenharia seguem na lista de cortes dos governos, tanto federal quanto estaduais, e provocam o encolhimento cada vez mais intenso no faturamento dos serviços técnico-profissionais.

"Neste mês de maio, identificamos uma queda em serviços de engenharia muito forte, e isso ocorreu em vários Estados. Não foi algo localizado", afirmou Saldanha.

"Tudo tem a ver com o ciclo da economia, são governos que cancelam projetos. Tudo tem a ver com cortes orçamentários, controle de gastos, e isso se reflete em menos contratações de serviços", acrescentou Saldanha. Um ponto desfavorável, contudo, é que essa parcela dos serviços é justamente a mais qualificada e "intensiva em conhecimento", destacou o órgão.

Em maio, a receita nominal dos serviços técnico-profissionais caiu 3,7% em relação a igual mês de 2014. Por outro lado, o faturamento dos serviços administrativos e complementares cresceu 8,9% no período, muito acima da média da atividade (1,1%) no mês.

"São serviços de segurança, portaria e de limpeza, que as empresas terceirizam e não costumam cortar. Esses vêm se mantendo e sustentam os serviços como um todo. Mas de fato é um setor de baixa qualificação", ponderou Saldanha.

Transporte de cargas

A queda na atividade industrial continua a prejudicar o setor de transportes de carga, apontou Saldanha. Com isso, a receita dos transportes terrestres encolheu 1,9% em maio contra igual mês do ano passado em termos nominais - ou seja, antes mesmo de descontar os efeitos da inflação.

"Há uma queda no setor industrial, que é o maior demandante por transportes de carga, e isso continua a prejudicar o segmento", afirmou Saldanha. "A agricultura, mesmo com um bom desempenho, não foi capaz sozinha de puxar para cima o resultado", acrescentou.

Em maio, a produção industrial avançou 0,6% em relação a abril, na série com ajuste sazonal, mas registrou perda de 8,8% em relação a igual mês de 2014. No confronto interanual, foi a 15ª taxa negativa consecutiva, segundo o IBGE.

Por outro lado, o setor de transporte aéreo interrompeu uma sequência de três quedas nominais na receita e faturou 1,2% a mais do que em maio do ano passado. "É uma alta ainda pequena. O que puxou mais foi o processo de redução tarifária, que estimulou a demanda", disse o gerente.

Empresas de comunicação

Os cortes de gastos em empresas e principalmente governos estão deprimindo a receita das empresas de comunicação. Ganhos com publicidade e propaganda têm sido cada vez menores em rádios, televisões, agências de notícias e em outros veículos.

As próprias agências que elaboram as campanhas publicitárias registram queda no faturamento. No conjunto, a receita da atividade encolheu 10,2% em termos nominais em maio ante igual mês do ano passado, segundo o IBGE.

"A principal receita das empresas de rádio e televisão, por exemplo, é propaganda. Se as empresas e os governos estão cortando seus gastos, isso se reflete aí", explicou Saldanha, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

O segmento de serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias inclui ainda produtoras e salas de cinema. "Além disso, em maio e em junho do ano passado, os setores tiveram incremento de receita por conta dos contratos de publicidade firmados para a divulgação e transmissão do evento Copa do Mundo. Muitos contratos foram fechados em maio de 2014. Tem também esse efeito base", acrescentou.

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Em maio, o faturamento do setor registrou queda nominal na comparação com igual mês do ano passado pela primeira vez desde o início da série, em janeiro de 2012.

"Realmente vemos uma retração bastante expressiva na renda das famílias", observou Saldanha. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, também do IBGE, o rendimento médio real dos brasileiros encolheu 5,0% em maio ante maio de 2014.

"É uma queda no poder aquisitivo da população que se reflete nesses serviços que envolvem alojamento, alimentação e serviços pessoais. Os brasileiros estão comendo menos fora de casa e viajando menos", explicou.

Saldanha disse ainda que há um efeito base, diante dos resultados excepcionalmente favoráveis em maio e junho do ano passado em função da maior demanda por serviços às vésperas da Copa do Mundo. Mesmo assim, a queda na renda prevalece, e a receita do setor encolheu 1,4% na comparação interanual.

"Isso sem descontar o efeito da inflação. Os preços desses serviços sobem mais do que IPCA global. Então, as empresas realmente faturaram menos em relação a maio do ano passado. Ou seja, tirando o efeito da inflação, isso é muito mais negativo", afirmou o gerente.

Serviços de engenharia

Os gastos com consultorias, publicidade e propaganda e serviços de engenharia seguem na lista de cortes dos governos, tanto federal quanto estaduais, e provocam o encolhimento cada vez mais intenso no faturamento dos serviços técnico-profissionais.

"Neste mês de maio, identificamos uma queda em serviços de engenharia muito forte, e isso ocorreu em vários Estados. Não foi algo localizado", afirmou Saldanha.

"Tudo tem a ver com o ciclo da economia, são governos que cancelam projetos. Tudo tem a ver com cortes orçamentários, controle de gastos, e isso se reflete em menos contratações de serviços", acrescentou Saldanha. Um ponto desfavorável, contudo, é que essa parcela dos serviços é justamente a mais qualificada e "intensiva em conhecimento", destacou o órgão.

Em maio, a receita nominal dos serviços técnico-profissionais caiu 3,7% em relação a igual mês de 2014. Por outro lado, o faturamento dos serviços administrativos e complementares cresceu 8,9% no período, muito acima da média da atividade (1,1%) no mês.

"São serviços de segurança, portaria e de limpeza, que as empresas terceirizam e não costumam cortar. Esses vêm se mantendo e sustentam os serviços como um todo. Mas de fato é um setor de baixa qualificação", ponderou Saldanha.

Transporte de cargas

A queda na atividade industrial continua a prejudicar o setor de transportes de carga, apontou Saldanha. Com isso, a receita dos transportes terrestres encolheu 1,9% em maio contra igual mês do ano passado em termos nominais - ou seja, antes mesmo de descontar os efeitos da inflação.

"Há uma queda no setor industrial, que é o maior demandante por transportes de carga, e isso continua a prejudicar o segmento", afirmou Saldanha. "A agricultura, mesmo com um bom desempenho, não foi capaz sozinha de puxar para cima o resultado", acrescentou.

Em maio, a produção industrial avançou 0,6% em relação a abril, na série com ajuste sazonal, mas registrou perda de 8,8% em relação a igual mês de 2014. No confronto interanual, foi a 15ª taxa negativa consecutiva, segundo o IBGE.

Por outro lado, o setor de transporte aéreo interrompeu uma sequência de três quedas nominais na receita e faturou 1,2% a mais do que em maio do ano passado. "É uma alta ainda pequena. O que puxou mais foi o processo de redução tarifária, que estimulou a demanda", disse o gerente.

Empresas de comunicação

Os cortes de gastos em empresas e principalmente governos estão deprimindo a receita das empresas de comunicação. Ganhos com publicidade e propaganda têm sido cada vez menores em rádios, televisões, agências de notícias e em outros veículos.

As próprias agências que elaboram as campanhas publicitárias registram queda no faturamento. No conjunto, a receita da atividade encolheu 10,2% em termos nominais em maio ante igual mês do ano passado, segundo o IBGE.

"A principal receita das empresas de rádio e televisão, por exemplo, é propaganda. Se as empresas e os governos estão cortando seus gastos, isso se reflete aí", explicou Saldanha, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

O segmento de serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias inclui ainda produtoras e salas de cinema. "Além disso, em maio e em junho do ano passado, os setores tiveram incremento de receita por conta dos contratos de publicidade firmados para a divulgação e transmissão do evento Copa do Mundo. Muitos contratos foram fechados em maio de 2014. Tem também esse efeito base", acrescentou.

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