Indústria: a alta taxa de juros, o menor crescimento da renda e a baixa confiança de empresários e consumidores estão entre as razões (bugphai/ThinkStock)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2015 às 13h39.
Rio de Janeiro - O recuo de 5,9% na produção industrial no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014 foi o maior nesta comparação desde o terceiro trimestre de 2009 (-8,1%), afirmou nesta quarta-feira, 6, André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo ele, as razões por trás do resultado atual são diferentes de 2009, quando o quadro estava relacionado à crise internacional.
"Há uma série de fatores explicando essa queda, desde expectativas do empresário até o cenário doméstico. Claro que cenário internacional acaba influenciando, mas o cenário doméstico claramente tem uma influência mais importante do que o cenário internacional neste momento. O cenário doméstico está contribuindo pouco para retirar a indústria desta situação (de queda)", afirmou Macedo.
Entre as dificuldades enfrentadas internamente, o gerente do IBGE cita a menor disponibilidade de crédito, que acaba afetando a demanda das famílias, a alta taxa de juros, o menor crescimento da renda e a baixa confiança de empresários e consumidores.
Além do recorde negativo em termos históricos, a queda na produção no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014 foi espalhada.
Ao todo, dois terços (66,6%) dos produtos registraram perda em termos de atividade no período, o equivalente a 805 itens pesquisados, segundo o instituto. No primeiro trimestre do ano passado, o índice de difusão havia ficado em 64% de produtos em queda.