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Queda de trabalho formal faz sindicalização atingir menor nível da série

Desde o pico do trabalho formal, alcançado em 2014, até 2017, houve uma perda de aproximadamente 4 milhões de vagas com carteira assinada

Redução no número de postos de trabalho com carteira assinada fez a filiação a sindicatos atingir no ano passado o patamar mais baixo da série histórica (Arquivo/VEJA)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 12h09.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 13h04.

A redução no número de postos de trabalho com carteira assinada fez a filiação a sindicatos atingir no ano passado o patamar mais baixo da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).

A taxa de sindicalização caiu de 14,9% em 2016 para 14,4% em 2017. O País tinha 13,1 milhões dos trabalhadores ocupados filiados a algum sindicato no ano passado, uma redução de 3,2% no contingente de associados em relação ao ano anterior. Em 2012 o porcentual de sindicalizados na população ocupada alcançava 16,2%.

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"A perda da carteira assinada que a gente teve nos últimos anos contribuiu muito para essa redução no número de sindicalizados", disse Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Desde o pico do trabalho formal, alcançado no primeiro trimestre de 2014, até o fim de 2017, houve uma perda de aproximadamente quatro milhões de vagas com carteira assinada.

No ano passado, a região Norte teve a taxa mais baixa de associação a sindicato, 12,6%, enquanto a do Sul foi a mais alta 16,2%. No total do País, a sindicalização foi maior entre os empregados do setor público, onde 27,3% dos 11,34 milhões de trabalhadores eram filiados a algum sindicato. Entre os 33,2 milhões de empregados no setor privado com carteira assinada, 19 2% eram associados a sindicato.

Entre os trabalhadores que atuavam por conta própria, a sindicalização alcançava apenas 8,6% em 2017. As taxas de sindicalização mais baixas ocorreram entre trabalhadores domésticos, 3,1%, e empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada, 5,1%.

"Mesmo que no fim de 2017 a população ocupada tenha recuperado um pouquinho, não foi suficiente para reverter a tendência (de redução na sindicalização). Porque a população ocupada aumentou através do trabalho por conta própria e sem carteira assinada (no setor privado), que têm menores taxas de sindicalização", completou Adriana.

Entre os grupamentos de atividade, a Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tinha a maior taxa de sindicalização no ano passado, 23 6%. A menor foi a dos Serviços Domésticos, 3,1%.

Em 2017, na população ocupada e sindicalizada, 22,3% eram trabalhadores sem instrução e ou não tinham concluído o ensino fundamental, enquanto 31,3% tinham terminado o ensino superior.

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