Economia

Próxima safra em jogo: Tribunal deve decidir hoje sobre glifosato

Justiça deve dar uma resposta sobre a suspensão do herbicida mais utilizado no mundo nesta segunda-feira

GLIFOSATO: agrotóxico mais usado do mundo foi suspenso no Brasil por liminar da justiça do Distrito Federal  / Sean Gallup/Getty Images (Sean Gallup/Getty Images)

GLIFOSATO: agrotóxico mais usado do mundo foi suspenso no Brasil por liminar da justiça do Distrito Federal / Sean Gallup/Getty Images (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 05h46.

Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 06h52.

A Justiça deve dar uma resposta sobre a suspensão do glifosato, herbicida mais utilizado no mundo, nesta segunda-feira (3). Na semana passada, durante uma das maiores feiras agropecuárias do país, a Expointer, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que o Tribunal Federal da 1ª Região (TRF-1) tomará uma decisão sobre a liminar que proibiu o produto até hoje.

No evento, realizado em Esteio (RS), Maggi relatou ter se reunido pessoalmente com o presidente da corte, Carlos Eduardo Moreira Alves, para apresentar os impactos econômicos que a proibição do produto trará para o agronegócio.

Segundo Maggi, é impraticável retirar o produto do mercado sem antes estabelecer um cronograma de desaceleração do uso e introdução de uma nova molécula. “Se não for liberado, não tem plantio, então nós quebramos. Vamos ter que voltar a fazer agricultura como no passado, com grade, arado e niveladora. Ninguém possui mais isso nas fazendas”, disse ele no evento.

O problema é a falta de substitutos viáveis em tão pouco tempo. A indústria de agroquímicos diz que não conseguirá oferecer substitutos ao glifosato suficientes para o plantio da próxima safra de grãos no país, que começa a partir deste mês para culturas como a soja e o milho.

“Não vejo como o produtor brasileiro poderá plantar a próxima safra sem o uso do glifosato”, afirmou Valdemar Luis Fischer, diretor para a América Latina da multinacional suíça Syngenta, em entrevista a EXAME.

No início de agosto, a justiça federal do Distrito Federal determinou, por meio de uma liminar, a suspensão, a partir do dia 3 de setembro, dos registros de produtos que contêm o glifosato, a abamectina e o tiram, usados em agroquímicos. A ação foi movida pelo Ministério Público. A decisão foi tomada poucos dias antes de a Justiça nos Estados Unidos ordenar que a Monsanto pague uma indenização de 289 milhões de dólares em um processo aberto por um homem que alega que desenvolveu câncer por causa do agrotóxico.

Maggi chegou a anunciar em suas redes sociais que a liminar havia sido derrubada pela Justiça, na semana passada,. Teve que pedir desculpas no dia seguinte, dizendo que havia se equivocado e que a suspensão estava mantida. Ele espera poder repetir a notícia, desta vez para valer, nesta segunda-feira.

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