Dilma Roussef participa de cerimônia de troca da bandeira nacional (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2011 às 19h12.
Brasília - Enquanto a presidente Dilma Rousseff estiver cercada por autoridades e protegida por um forte esquema de segurança assistindo ao desfile de comemoração do Dia da Pátria, no palanque montado ao lado da pista que sobe a Esplanada dos Ministérios, sentido leste-oeste, na pista contrária, sentido oeste-leste, uma marcha contra a corrupção promete atrapalhar "com muito barulho" a festa governamental.
Justamente por causa da marcha contra a corrupção, que passará a uma distância de pelo menos 300 metros do palanque presidencial, a Polícia Militar (PM) precisou reforçar a segurança na Esplanada, para evitar problemas e confrontos, mas não quis informar quantos homens colocou a mais na segurança para reforçar o policiamento em Brasília.
Mesmo com reforço nas grades que separam o gramado e as arquibancadas onde o público poderá ficar, no Palácio do Planalto, havia uma preocupação com a proporção que poderá tomar a marcha contra a corrupção. Os organizadores prometem levar muitas vuvuzelas, tambores, apitos e tudo que pudesse fazer barulho, além de faixas e cartazes com dizeres contra a corrupção no País.
Um dos organizadores da marcha, Walter Magalhães, empresário de 28 anos, disse que, apesar de a maior parte da convocação da população ter sido via redes sociais, há uma expectativa de comparecimento de 20 mil pessoas para a manifestação. "É um protesto apartidário, sem qualquer envolvimento com política", afirmou, pedindo a todos que compareçam e usem camisetas pretas, em sinal de luto, a favor do combate à corrupção.
"Não adianta ficar inconformado sentado no sofá de casa. Precisamos fazer alguma coisa para mostrar que estamos vivos e contra isso tudo que está acontecendo", desabafou. Magalhães informou que a marcha sairá às 10 horas, uma hora depois do desfile ter sido iniciado, e que todos vão tentar chegar em algum ponto em frente ao palanque presidencial, mesmo que à distância, "para que as autoridades e os políticos vejam os manifestantes e percebam nossa indignação".
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, informou que vai se juntar aos manifestantes em Brasília. Ele lembrou que esta é "uma manifestação espontânea da sociedade indignada com a deterioração moral e ética". E emendou: "Esta é uma data simbólica e significativa e tem toda uma representatividade histórica para o País, para que o povo brasileiro dê seu grito de independência ou morte que será, agora, um grito de chega de corrupção".
A parada oficial começará às 9 horas, uma hora antes da manifestação contra corrupção. Dilma Rousseff, que participará do primeiro desfile como presidente da República, chegará em carro aberto e permanecerá durante uma hora e meia assistindo à cerimônia, em companhia da maioria dos ministros de Estado. Embora não tenha havido uma convocação oficial dos ministros, o Palácio do Planalto está contando com a presença de todos na Esplanada.
Os organizadores do evento oficial, que custou R$ 899 mil, R$ 100 mil a menos que o ano passado, informaram que a estimativa é que o público presente ao desfile seja de 35 mil pessoas. Há 20 mil lugares nas arquibancadas e mil lugares nas tribunas de honra, além de 300 banheiros espalhados pela Esplanada e 35 pontos de distribuição de água. O desfile normalmente é encerrado com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, com manobras de aeronaves da Força Aérea Brasileira, que fizeram treinamento hoje, no local do desfile.