Protesto contra Nissan alega práticas antissindicais nos EUA
Em nota, o movimento afirma que a montadora mantém a política de intimidar os trabalhadores com ameaças de fechamento da fábrica
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 18h41.
São Paulo - A manifestação contra a Nissan no estande da montadora no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo também teve como objetivo denunciar práticas antissindicais na fábrica da empresa em Mississippi, nos Estados Unidos , informou nesta quinta-feira, 10, a assessoria de imprensa do movimento.
Em nota distribuída a jornalistas, o movimento afirma que a montadora mantém a política de intimidar os trabalhadores com ameaças de fechamento da fábrica "sempre que o assunto da organização dos empregados em um sindicato ressurge".
"Ao agir dessa forma, a multinacional impede a liberdade de expressão e impossibilita que os trabalhadores reivindiquem melhores salários, segurança e saúde no ambiente de trabalho e se defendam de eventuais casos de assédio moral e sexual, além de controlarem o uso de horas extras", afirma o texto.
Também em nota, a assessoria de imprensa da Nissan diz que respeita as leis trabalhistas em todos os países em que opera e garante que seus funcionários têm liberdade de expressar suas opiniões.
"Nas fábricas da Nissan de todo o mundo, a decisão de unir-se ou não a um sindicato cabe inteiramente ao funcionário", diz o texto.
"Os funcionários da Nissan nos EUA possuem empregos que estão entre os mais seguros e os que oferecem os maiores salários em manufatura nas regiões em que operam. Nós apoiamos o direito de cada funcionário escolher quem os representa, e os funcionários da Nissan Estados Unidos votaram repetidamente contra representação sindical."
Segundo a assessoria de imprensa dos manifestantes, havia cerca de 150 pessoas no local, todos vinculados a alguma das três maiores centrais sindicais brasileiras: CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e Força Sindical.
"Apoiamos os trabalhadores e participaremos de manifestações certos de que a repercussão levará a Nissan a rever suas práticas", disse na nota o presidente da UGT, Ricardo Patah.
Outro receio dos sindicalistas brasileiros, segundo o texto, é que as leis trabalhistas norte-americanas acabem sendo adotadas pelo Brasil.
"Hoje estamos em São Paulo. Amanhã poderemos estar em Brasília lutando contra as mudanças na legislação trabalhista brasileira", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres.