Economia

Promessa de Bolsonaro, antecipação do 13º do INSS deve ficar para maio

Medida, parte de pacote emergencial contra pandemia, pode injetar mais de R$ 50 bi na economia

Atraso está relacionado à demora para resolver o impasse no Orçamento (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Atraso está relacionado à demora para resolver o impasse no Orçamento (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 6 de abril de 2021 às 13h11.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 10h17.

A antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS prometida pelo presidente Jair Bolsonaro no fim de março só deve ocorrer em maio. O atraso está relacionado à demora para resolver o impasse no Orçamento, que travou a liberação dos recursos para os segurados.

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A medida faz parte do pacote de ações emergenciais preparadas pelo governo para mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a economia e começou a ser pensada ainda no início do ano, mas ainda não saiu do papel.

No dia 25 de março, horas antes da proposta orçamentária ser aprovado, Bolsonaro disse que, se o texto passasse no Congresso, o governo poderia antecipar, ainda naquela semana, a primeira parcela do benefício.

O Orçamento foi aprovado naquele dia, mas isso não foi suficiente para cumprir a promessa. O projeto foi turbinado para atender emendas de parlamentares via corte de despesas obrigatórias.

A manobra gerou um impasse entre governo e Congresso e, assim, o texto ainda não foi sancionado. O prazo para que isso ocorra é 22 de abril, mas é possível que um acordo seja fechado antes
disso.

Segunda parcela deve ficar para junho

A Secretaria de Previdência, ligada ao Ministério da Economia, chegou a preparar decreto que estabelece o pagamento da primeira parcela do bônus em abril e da segunda, em maio. Com o atraso, a expectativa é que os pagamentos sejam feitos em maio e junho, respectivamente.

Um parecer da Secretaria de Orçamento, também vinculada à Economia, detalha por que a liberação dos repasses aos segurados depende da sanção da proposta. A pasta alerta que boa parte das despesas previdenciárias estão condicionadas a uma autorização especial do Congresso para que o governo se endivide para pagar despesas correntes.

Só que, para que o Legislativo dê esse aval, é preciso que a lei orçamentária esteja em vigor. Enquanto isso não ocorre, os gastos da Previdência ficam limitados a uma fração do previsto para o ano inteiro, o que não dá margem de manobra para antecipar benefícios.

Embora ainda seja início de abril, técnicos alertam que a gratificação deve ficar só para maio porque a folha de pagamento do INSS começa a rodar com antecedência, já que envolve quase 30 milhões de pessoas. A expectativa é que esse processo comece a ser feito nesta semana, sem a antecipação do 13º benefício.

A medida beneficiaria 29,6 milhões de aposentados e pensionistas e tem potencial para injetar na economia R$ 52,7 bilhões, considerando as duas parcelas. O calendário de pagamento começa nos últimos de cada mês e vai até os primeiros dias do mês seguinte.

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