Economia

Projeções indicam queda de 2% nos investimentos na produção

Estimativa é do Credit Suisse First Boston. Ainda é cedo, porém, para afirmar que a tendência de queda irá manter-se ao longo do ano

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

Os investimentos produtivos podem ter encerrado o primeiro trimestre com um recuo de 2% em relação aos últimos três meses do ano passado. A estimativa é do Credit Suisse First Boston (CSFB) e indica uma reversão das expectativas do banco, que, em dezembro, projetava um aumento de 2,7% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) entre janeiro e março (se você é assinante, leia também reportagem de EXAME sobre a falta de investimentos em produção).

O indicador já havia registrado uma queda (-3,9%) na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado. Na época, os analistas do banco afirmaram que a redução poderia ser circunstancial e não interferiria na expansão dos investimentos neste ano, que cresceriam 8%.

Para sustentar esse crescimento, o banco estimava que a FBCF apresentaria um incremento médio trimestral de 2,7% neste ano, em relação ao trimestre imediatamente anterior. Mas os números até fevereiro, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam investimentos menores que os do ano passado, forçando a revisão das projeções.

De acordo com o CSFB, ainda é cedo para afirmar que a tendência de queda irá manter-se ao longo do ano. Até o momento, diversos cenários podem ser traçados. Se a queda do primeiro trimestre for apenas sazonal e os demais trimestres mostrarem um aumento médio de 2,7%, de acordo com o estimado inicialmente pelo banco, a FBCF poderia crescer 2,9% em 2005, sobre o ano passado.

Outros cenários levam a projeções de incremento da FBCF em 2005 de 2,2% e 5,4%. O total de investimentos produtivos pode, inclusive, encerrar o ano menor que o de 2004. Caso o ritmo de desembolsos se mantenha nos mesmos níveis do último trimestre do ano passado, a CSFB não descarta inclusive uma queda de 1,1% para 2005.

A construção civil, que responde por 66% da FBCF, é um dos ramos que serão decisivos para o resultado final. O IBGE mede o desempenho do setor por meio da produção de seus principais insumos. Entre janeiro e fevereiro, o instituto constatou que o setor cresceu apenas 1,8% sobre o primeiro bimestre de 2004. Esse resultado pode estar subestimado e não refletir fielmente o desempenho do setor. A mensuração talvez tenha sido prejudicada pelo recuo de 0,5% na produção de aços longos (vergalhões e barras, muito consumidos na construção civil), devido aos estoques que os construtores e as siderúrgicas herdaram do final de 2004. Em contraste, a CSFB lembra que a produção de cimento subiu 11,8% no mesmo período.

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