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Produção industrial registra queda no trimestre

Estoque volta a acumular depois de ajuste no final de 2005

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h40.

O indicador da produção industrial ficou em 48,2 pontos no segundo trimestre de 2006, o que representou uma ligeira queda em relação aos primeiros três meses do ano, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No período, o setor industrial voltou a acumular estoque, depois de um ajuste no volume de mercadorias acabadas ocorrido no último trimestre do ano passado.

Segundo a CNI, as grandes empresas tiveram um desempenho positivo, ao contrário das pequenas integrantes do setor, principais responsáveis pela queda da produção no período. O indicador desta área ficou em 46,2 pontos. Entre as maiores integrantes, alcançou 52,1 pontos, numa faixa de 0 a 100, que representa queda abaixo dos 50 e alta acima deste patamar.

O aumento de produção só foi registrado em cinco dos 26 segmentos industriais. Entre eles, o de álcool, máquinas e materiais elétricos, outros equipamentos de transporte, refino de petróleo e o farmacêutico. As maiores quedas foram verificadas nas seguintes áreas: madeira; limpeza e perfumaria; vestuário; e plástico. Nestes segmentos, os indicadores ficaram abaixo do 40 pontos.

A elevação do estoque foi maior entre as grandes empresas. O indicador desta área ficou em 53,4 pontos. Na média, o setor industrial registrou patamar de 52,3 pontos, indicando uma frustração nas vendas planejadas. De acordo com a CNI, a elevação dos estoques representa um estrave para a aceleração do crescimento industrial. "As empresas procuram reduzir seus estoques antes de aumentar a produção", ressalta em comunicado.

O faturamento do setor teve queda no período em relação ao primeiro trimestre deste ano, atingindo 48,4 pontos e marcando o sexto mês consecutivo em que o indicador ficou abaixo dos 50 pontos. O resultado foi causado também pelo desempenho verificado entre as pequenas e médias empresas, cujo índice atingiu 45,4 pontos. As grandes integrantes tiveram alta no faturamento, com o indicador no patamar de 54,3 pontos.

Da mesma forma, o número de empregados se manteve nas empresas maiores, enquanto ocorreu o oposto nas demais. O indicador de evolução do empregou ficou em 48,5 pontos e, também pelo sexto trimestre consecutivo, permaneceu abaixo dos 50 pontos. Houve aumento do número de empregados apenas nos segmentos de álcool, farmacêutico, outros equipamentos de transportes, máquinas e materiais elétricos e equipamentos hospitalares e de precisão. As áreas de móveis, madeiras, calçados, vestuário e plástico tiveram resultados inferiores a 45 pontos.

O nível de utilização da capacidade instalada manteve-se estável em relação ao primeiro semestre, em 71%. Houve queda de um ponto percentual na comparação com igual período do ano passado. As pequenas e médias trabalharam com 68% da capacidade, enquanto as grandes empresas, com 78%. Todas os segmentos, porém, ficaram abaixo dos 80% de utilização, de acordo com a entidade.

O indicador da evolução financeira das empresas do setor manteve-se em 46,1 pontos. "A recuperação da atividade industrial não é suficiente para alcançar toda a indústria. Assim, mais uma vez, os indicadores de evolução da situação financeira, lucratividade e liquidez descrevem realidades distintas", destaca a entidade. O índice de liquidez ficou em 44 pontos, e o de lucratividade, em 39,5 pontos, acima dos 38,6 pontos registrados no primeiro trimestre deste ano.

A CNI ressalta que os empresários do setor ainda estão moderadamente otimistas, quadro semelhante ao verificado em abril passado, principalmente entre os grandes integrantes. As expectativas são positivas em relação a faturamento e compras de matérias-primas nos próximos seis meses. A estimativa é de estabilidade nas áreas de exportação e número de empregados, assim como verificado nos últimos três trimestres.

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