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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.
Apesar do aperto monetário promovido pelo Banco Central para frear a economia e conter a inflação, a produção industrial brasileira cresceu 8,3% no ano passado. Trata-se do melhor resultado desde 1986, quando a indústria havia crescido 10,93%. Os bens de consumo duráveis lideraram a expansão, com um incremento de 21,8% sobre 2003, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse grupo de produtos foi estimulado pela melhoria das condições de crédito, como os maiores prazos de pagamento, e pela estabilidade do mercado de trabalho, que gerou um aumento da massa salarial. Assim, a produção de automóveis cresceu 27,6%, os celulares apresentaram alta de 31,2%, e os eletrodomésticos, de 18,7%.
A indústria também investiu no aumento da capacidade instalada e na melhoria dos processos produtivos. O sinal mais claro desses investimentos, segundo o IBGE, é a expansão de 19,7% da produção de bens de capital. Nessa categoria de uso, as máquinas e equipamentos para construção avançaram 38%, as máquinas e equipamentos para transporte, 25,6%, os bens de capital para fins industriais, 16,1%, e os bens de capital para uso misto, 14,8%.
No ano passado, o setor de bens intermediários avançou 7,4%, estimulado pela produção de insumos industriais elaborados (5,7%) e de peças e acessórios para transporte (22,6%), entre outros. De acordo com o IBGE, a única atividade que apresentou retração nessa categoria foi a produção de combustíveis e lubrificantes, com um recuo de 3,8%. Esse foi o único resultado negativo desse item, desde que começou a ser acompanhado pelo instituto, em 1992.
Mercado interno
O segmento de bens de consumo duráveis e não-duráveis, um dos principais termômetros do mercado interno, fechou o ano com alta de 4%. Com isso, reverteu a retração de 3,9% ocorrida em 2003. A taxa de crescimento desse setor também foi a melhor desde 1996. Segundo o IBGE, o desempenho foi estimulado pelo aumento do nível de emprego e pela ampliação da massa salarial. Entre as atividades que mais cresceram, está a produção de alimentos e bebidas (5,7%).
O último trimestre de 2004 indica uma desaceleração no ritmo da produção industrial, que cresceu 0,9% sobre o terceiro trimestre do ano e 6,3% sobre o quarto trimestre do ano retrasado. A expansão foi mais fraca que as observadas no segundo (3,4%) e terceiro (2,5%) trimestres. Os bens de consumo semiduráveis e não-duráveis foram os únicos a apresentar expansão acima da média, com 1,7% nesse período. Em dezembro, a produção industrial cresceu 0,6% sobre novembro e 8,3% sobre o último mês do ano retrasado.