Indústria: primeira alta após três quedas seguidas (Amanda Oliveira/GovBA/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 1 de outubro de 2019 às 09h39.
Última atualização em 1 de outubro de 2019 às 10h47.
A produção industrial brasileira cresceu 0,8% na passagem de julho para agosto, interrompendo uma série de três quedas e recuperando parte da perda de 0,9% acumulada de maio a julho.
O dado é da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é a leitura mais alta para o mês desde 2014, quando houve alta de 0,9%. No geral, é o melhor resultado desde junho de 2018, quando houve um salto de 12,6% como decorrência de recuperação após a greve dos caminhoneiros.
O dado também veio acima da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, positiva em 0,2%, e dentro do intervalo das previsões, de queda de 0,5% a avanço de 1%.
"É um crescimento, mas não representa uma virada de chave, uma recuperação ou uma reação. Foi apenas um primeiro sinal e a indústria hoje opera 17,3% distante do pico", disse o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo.
Apesar da alta na comparação com julho, a indústria teve quedas de 2,3% na comparação com agosto do ano passado e de 1,7% tanto no acumulado do ano quanto no acumulado de 12 meses.
O número positivo de agosto também foi puxada exclusivamente pelos bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo, que cresceram 1,4% no período.
Ao mesmo tempo, tiveram queda os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (-0,4%), os bens de consumo duráveis (-1,8%) e os bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%).
"Claro que um ganho é sempre positivo, mas esse crescimento precisa ser relativizado. Primeiro por que se dá depois de três quedas seguidas, ou seja, em cima de uma base fraca. Em segundo lugar, ocorre de forma concentrada", acrescentou Macedo.
Entre as 26 atividades pesquisadas, apenas dez tiveram alta e sustentaram o crescimento médio da indústria, com destaque para as indústrias extrativas, que avançaram 6,6% de julho para agosto.
Também tiveram altas os setores de derivados de petróleo e biocombustíveis (3,6%) e de produtos alimentícios (2%).
Entre os 16 segmentos em queda, os destaques ficaram com artigos de vestuário e acessórios (-7,4%), máquinas e equipamentos (-2,7%) e produtos farmacoquímicos e farmacêuticos (-4,9%).
Já os veículos automotores, reboques e carrocerias recuaram 3,0% no mês, em meio à redução das exportações para a Argentina devido à crise econômica no país vizinho.