Economia

Produção de aço do Brasil dispara 59,3% no 1o trimestre

Segundo o IABr, a indústria siderúrgica tem projetos de expansão avaliados em 71,6 bilhões de reais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2010 às 20h02.

São Paulo - A produção de aço bruto do Brasil no primeiro trimestre do ano cresceu 59,3 por cento sobre igual período de 2009, alcançando 8 milhões de toneladas, apoiada na recuperação da demanda e por uma fraca base de comparação, informou nesta quarta-feira o Instituto Aço Brasil (IABr).

Na comparação com o quarto trimestre de 2009, porém, a produção de aço bruto do país caiu 1,1 por cento. Já com relação às vendas internas houve aumento de 2,9 por cento na mesma base de comparação, para 5 milhões de toneladas.

As exportações de produtos siderúrgicos no primeiro trimestre cresceram 40,2 por cento na comparação anual, somando 2 milhões de toneladas, volume equivalente a 1,2 bilhão de dólares.

A entidade manteve a previsão de produção de aço neste ano em 33,16 milhões de toneladas, 25 por cento acima de 2009, quando o setor produziu 26,5 milhões de toneladas. Com relação às vendas internas a previsão é de aumento de 25 por cento, para 20,43 milhões de toneladas.

Segundo o IABr, a indústria siderúrgica tem projetos de expansão avaliados em 71,6 bilhões de reais, que devem elevar a capacidade de produção do país para 77 milhões de toneladas em 2016 ante 42 milhões em 2009 e 48,5 milhões este ano.

A expectativa do setor é de um aumento de 27,4 por cento nas exportações, para 11 milhões de toneladas, o que corresponde a 6 bilhões de dólares.

Quanto às importações, há uma expectativa de aumento de 20,1 por cento, para 2,8 milhões de toneladas. Em valor, as importações devem recuar 10,7 por cento em relação a 2009, para 2,5 bilhões de dólares.

Capacidade de sobra

O presidente do conselho diretor do IABr, Flávio Azevedo, afirmou que a indústria siderúrgica atualmente tem capacidade de produção excedente para os projetos de infraestrutura do governo que serão impulsionados pelos programas Minha Casa, Minha Vida, a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, além da exploração de hidrocarbonetos na camada pré-sal.

Segundo ele, esses projetos vão gerar uma demanda adicional de aço no país de 1,2 milhão de toneladas por ano e, apesar disso, o setor ainda terá "20 milhões de toneladas de capacidade sobrando sem os investimentos previstos".

Quanto ao reajuste de cerca de 100 por cento promovido por mineradoras este mês no preço do minério de ferro, Azevedo comentou que "é muito difícil que ele não seja repassado para a toda a cadeia" consumidora de aço. Ele acrescentou que esse reajuste implicou em um aumento de 20 por cento nos custos dos produtos de aço das usinas.

Sobre o fim dos incentivos à economia concedidos pelo governo federal durante a crise de 2008-2009, o presidente-executivo do instituto, Marco Polo de Mello Alves, defendeu a manutenção do desconto do IPI sobre a venda de veículos como forma de apoiar o aumento no consumo de aço.

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