Economia

Privatização de Congonhas volta ao radar do governo

Pressionado por medidas para deslanchar a economia do país, governo Temer quer ampliar as privatizações

Congonhas: políticos e empresários estão cobrando a equipe de Temer por medidas mais concretas contra a crise (Manoel Marques]/Veja)

Congonhas: políticos e empresários estão cobrando a equipe de Temer por medidas mais concretas contra a crise (Manoel Marques]/Veja)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 10h00.

São Paulo - Em resposta à pressão política e empresarial crescente para a adoção de medidas que reanimem a economia brasileira, a equipe econômica quer acelerar as privatizações e concessões com a inclusão de outros aeroportos de maior tráfego aéreo, como Congonhas, em São Paulo. Essa ideia já tinha sido defendida pelo presidente Michel Temer em julho, mas acabou sendo abandonada depois.

Depois da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto do gasto em primeiro turno no Senado, a estratégia do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é também avançar na aprovação de medidas trabalhistas de terceirização e flexibilização de horas de trabalho para aumentar a produtividade no País.

Estão descartadas medidas de renovação de incentivos fiscais e subsídios. Mas a Fazenda não vai aumentar tributos ou retirar desonerações enquanto a economia ainda estiver em queda, segundo apurou o Broadcast, sistema de informações em tempo real do Grupo Estado.

A equipe encomendou ao presidente Temer que o envio ao Congresso de uma proposta "robusta" de reforma da Previdência seja feito o mais rápido possível. Há expectativa de que o texto seja apresentado às centrais ainda esta semana.

Às vésperas da divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) e com sinais de demora da retomada do crescimento, as críticas à política focada no ajuste fiscal se intensificaram dentro e fora do governo.

A pressão aumentou depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu que Temer adote uma política econômica para a redução dos juros e a retomada do crescimento.

Fazendo coro à insatisfação de aliados políticos, entre eles o PSDB, Renan advertiu que os empresários brasileiros estão "desesperados" e o governo precisa adotar uma agenda em favor do crescimento.

Agenda

Além de defender um maior protagonismo do PSDB no governo para o enfrentamento da transição econômica até as próximas eleições, Renan vai patrocinar no próximo dia 13 um jantar com os empresários para buscar acelerar a agenda pró-crescimento.

O Ministério da Fazenda vê com naturalidade, segundo interlocutores, a demanda por novas medidas, mas o entendimento é de que "hiperativismo" da equipe anterior não é o caminho, porque só resultou em aumento de gastos.

O foco, disse um integrante da equipe econômica, é tomar ações que não prejudiquem a própria recuperação do PIB. "Os políticos esquecem que medidas que comprometem o ajuste fiscal foram feitas durante o últimos cinco anos e terminou nessa crise", avaliou.

Para a Fazenda, não adianta o governo voltar atrás e adotar medidas contraditórias. "O que precisa ser feito é melhorar a produtividade da economia", ressaltou.

O aumento dos esforços para a aceleração projetos de concessão é visto como essencial. A inclusão de novos aeroportos poderá trazer investimentos e gerar resultados muito rápidos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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