Economia

Previdência estima déficit de R$ 47 bilhões este ano

Brasília - O déficit previdenciário do segundo semestre do ano deve ser ainda maior do que o verificado na primeira metade, de R$ 22,832 bilhões. Essa hipótese foi formulada a partir da projeção do ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, de que o déficit fique em R$ 47 bilhões, em 2010, o que representaria um […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Brasília - O déficit previdenciário do segundo semestre do ano deve ser ainda maior do que o verificado na primeira metade, de R$ 22,832 bilhões. Essa hipótese foi formulada a partir da projeção do ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, de que o déficit fique em R$ 47 bilhões, em 2010, o que representaria um saldo negativo próximo a R$ 24 bilhões de julho a dezembro.

A concentração dos pagamentos reajustados aos aposentados, de 7 72%, no segundo semestre, ajuda a explicar o rombo maior das contas no período em relação aos primeiros seis meses do ano, segundo Gabas. O ministro disse que voltará a fazer um novo prognóstico a respeito do déficit da Previdência em 2010 em um ou dois meses. "Se a gente continuar gerando empregos daqui para lá, a projeção deve cair", disse. "Se houver estabilização ou cair o volume de empregos, há aumento de déficit", analisou.

Segundo ele, a necessidade de financiamento este ano deve ficar próxima dos R$ 47 bilhões. "Certamente não passará de R$ 50 bilhões", comentou. "Não vai passar dos R$ 47 bilhões se a economia continuar respondendo, apesar do Copom", alfinetou o ministro, negando-se a fazer um comentário sobre a decisão do Banco Central ontem de aumentar a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 10,75% ao ano.

O que tem ajudado nas contas, de acordo com Gabas, é a melhora generalizada da economia. De janeiro a junho, o saldo do resultado primário da previdência urbana está negativo em R$ 1 539 bilhão. O volume, no entanto, é 51% inferior ao verificado na primeira metade de 2009, quando a necessidade de financiamento era de R$ 3,134 bilhões.

"A melhora não é só proveniente dos empregos formais", disse. "Quando a saúde das empresas está melhor, elas pagam suas contribuições de previdência e, quando há recessão, deixam de pagar", comentou. "Isso chama-se adimplência e cura qualquer coisa", continuou.

Sobre a projeção do Ministério do Planejamento para o déficit da Previdência este ano, Gabas disse apenas que a pasta já estaria considerando a continuidade dos efeitos positivos da economia sobre a arrecadação. Em relatório bimestral divulgado na terça-feira sobre o terceiro trimestre do ano, o Planejamento reduziu em R$ 1,6 bilhão o déficit previsto para a Previdência, que passou a ser de R$ 45,7 bilhões.
 

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