IBC-Br: Em um ano de recuperação, após o baque provocado inicialmente pela pandemia, a atividade econômica em 2021 teve altos e baixos (Cesar Okada/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de fevereiro de 2022 às 09h21.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2022 às 15h46.
A economia brasileira fechou 2021 com um crescimento econômico de 4,50%, após a forte recessão provocada pelos primeiros impactos da pandemia de covid-19 no País em 2020. O porcentual foi medido pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) na série sem ajustes sazonais, que permite comparações entre os anos.
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC" para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. De responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do ano passado será divulgado apenas no dia 4 de março. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2021 é de crescimento de 4,4%. Para 2022, é de avanço de apenas 1,0%.
A alta do IBC-Br em 2021 superou a mediana de 4,30% da pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast, cujas estimativas iam de 4,20% a 4,70%.
Em um ano de recuperação, após o baque provocado inicialmente pela pandemia, a atividade econômica em 2021 teve altos e baixos. Nos primeiros meses, a segunda onda de covid-19 prejudicou principalmente o setor de serviços, mas o agronegócio permitiu bons resultados, beneficiado pela alta das commodities e do dólar.
Depois, o avanço da vacinação possibilitou a retomada dos serviços, mas, na segunda metade do ano, a atividade perdeu força com a escalada da inflação e os problemas de insumos na indústria.
Mas, em dezembro, o IBC-Br teve a segunda alta consecutiva, de 0 33%, na série já livre de influências sazonais. Em novembro, o aumento havia sido de 0,51% (dado revisado hoje).
De novembro para dezembro, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 139,27 pontos para 139,73 pontos na série dessazonalizada. Este é o maior nível desde fevereiro do ano passado (141,05 pontos).
O resultado veio abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro, que era positiva em 0,60%, na pesquisa Projeções Broadcast, mas ficou dentro do intervalo das previsões, que iam de alta de 0,10% a avanço de 0,90%.
Na comparação entre os meses de dezembro de 2021 e de 2020, houve crescimento de 1,30% na série sem ajustes sazonais. Esta série registrou 141,46 pontos no último mês do ano, o melhor desempenho para o período desde 2014 (145,48 pontos).
O indicador de dezembro de 2021 ante o mesmo mês de 2020 também ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro, que esperavam de alta de 0,30% a aumento de 3,90% (mediana de alta de 1,00%).
Comparação trimestral
A economia brasileira ficou praticamente estável no quarto trimestre ante o anterior, conforme dados do IBC-Br divulgados nesta sexta-feira, 11. O BC informou que o indicador teve alta marginal de 0,01% no último trimestre de 2021 na comparação com os três meses anteriores (julho a setembro), pela série ajustada sazonalmente. Frente ao mesmo período de 2020, houve alta de 0 26% sem ajuste sazonal.
Revisões
O Banco Central revisou dados do IBC-Br na margem, na série com ajuste. O índice de novembro foi de +0,69% para +0,51%, enquanto o índice de outubro passou de -0,28% para -0,06%. O resultado de setembro foi revisado de -0,59% para -0,60%. No caso de agosto, o índice foi de -0,33% para +0,09%. O dado de julho passou de -0 07% para -0,05% e o de junho foi de +0,12% para +0,22%. Em relação a maio, o BC alterou o indicador de -0,35% para +0,06%.