Presidente do BNDES pede demissão após declarações de Bolsonaro
Levy foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de junho de 2019 às 09h03.
Última atualização em 16 de junho de 2019 às 09h34.
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), Joaquim Levy , entregou seu pedido de desligamento do cargo ao ministro da Economia, Paulo Guedes , conforme informou em nota distribuída à imprensa na manhã deste domingo, 16.
Levy foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro no sábado (15), em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento.
"Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy", disse o presidente neste sábado 15. "Falei para ele: Levy, demite esse cara na segunda ou eu demito você sem passar pelo Guedes (ministro da Economia)", afirmou no sábado o presidente.
"Levy está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente. Barbosa Pinto trabalhou como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007, o que irritou Bolsonaro. No entanto, o próprio Levy foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.
Possíveis nomeações
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, largam na frente Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central que assumiu a presidência do conselho do BNDES neste ano, e Salim Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia.
Também estão no páreo Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do banco, e Solange Vieira, funcionária de carreira do BNDES e atual presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Em nota, Levy declarou que sua expectativa é que o ministro da Economia aceite sua demissão. No comunicado, ele deseja a Guedes "sucesso nas reformas".
Leia a íntegra da nota de Joaquim Levy:
"Solicitei ao ministro da Economia Paulo Guedes meu desligamento do BNDES.Minha expectativa é que ele aceda.Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas.
Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria.
E, especialmente, agradeço aos inúmeros funcionários do BNDES, que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade".