Economia

Preços ao consumidor nos EUA sobe 0,5% em julho; inflação segue alta

Nos 12 meses até julho, o índice de preços ao consumidor avançou 5,4%

 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

(Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 13h40.

O aumento dos preços ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou em julho, mas a inflação em geral permaneceu historicamente alta em meio a interrupções na cadeia de suprimentos e uma demanda mais forte por serviços relacionados a viagens com a recuperação da atividade econômica.

O índice de preços ao consumidor subiu 0,5% no mês passado, após alta de 0,9% em junho, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira.

Nos 12 meses até julho, o índice avançou 5,4%. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice subiu 0,3%, após alta de 0,9% em junho.

O chamado núcleo do índice subiu 4,3% em comparação anual, após avançar 4,5% em junho. As taxas de inflação anuais têm sido impulsionadas pela queda das leituras fracas da última primavera do cálculo, mas os chamados "efeitos de base" estão se estabilizando.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice geral aumentaria 0,5%, enquanto o núcleo teria alta de 0,4%.

A rápida recuperação econômica causou um descompasso entre a oferta e a demanda em alguns setores importantes, à medida que as empresas tentam refazer seus estoques e superar os obstáculos da cadeia de abastecimento que foram causados pela pandemia de Covid-19. Juros baixos e quase 6 trilhões de dólares em apoio do governo também impulsionaram a demanda, aumentando as pressões inflacionárias.

A escassez global de semicondutores tem prejudicado a produção de automóveis, elevando os preços de carros e caminhões usados e respondendo por uma parcela expressiva do aumento da inflação nos últimos meses.

O Federal Reserve dos EUA está prestando muita atenção às pressões nos preços, enquanto pondera quando começar a reduzir seu estímulo e a elevar os juros, que estão próximos de zero.

O chair do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central continua enxergando a alta da inflação como temporária, embora tenha reconhecido que ela pode persistir por mais tempo do que as autoridades previam.

A campanha de vacinação nos Estados Unidos, com quase 170 milhões de norte-americanos imunizados contra a Covid-19, e a chegada do verão no Hemisfério Norte com menos restrições em relação ao ano passado, aumentaram a demanda por viagens aéreas e hospedagem.

A medida de inflação preferida do Fed, o núcleo do PCE, saltou 3,5% em junho, o maior ganho desde dezembro de 1991, e algumas autoridades estão cada vez mais cautelosas com as pressões inflacionárias.

Embora a inflação provavelmente tenha atingido seu pico, a expectativa é de que ela permaneça alta durante parte de 2022, já que os preços de muitos serviços relacionados a viagens ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia.

  • Fique por dentro das principais notícias do Brasil e do mundo. Assine a EXAME
    Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresEstados Unidos (EUA)Inflação

    Mais de Economia

    Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

    Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

    Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

    Economia de baixa altitude: China lidera com inovação