Economia

Preço do café dispara por causa de seca no Brasil

O preço do café de referência da Organização internacional do Café disparou em fevereiro 24,4% em relação ao mês anterior


	Grãos de café: organização indicou que o preço da cesta de café, indicador de referência, chegou até US$ 13,781 por libra de grão
 (Mike Clarke/AFP)

Grãos de café: organização indicou que o preço da cesta de café, indicador de referência, chegou até US$ 13,781 por libra de grão (Mike Clarke/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 14h01.

Londres - O preço do café de referência da Organização internacional do Café (OIC) disparou em fevereiro 24,4% em relação ao mês anterior, quando já haviam sido registradas altas provocadas pela grave seca no Brasil, informou nesta quinta-feira o órgão.

Em seu relatório mensal sobre o mercado, a OIC indicou que o preço da cesta de café, indicador de referência, chegou até US$ 13,781 por libra de grão, alta de 24,4%, o maior aumento mensal desde maio de 1997.

Os preços diários subiram em torno de 50% entre 30 de janeiro e 10 de março, indicou a OIC, que explicou que o impacto nas últimas semanas, principalmente do café arábico, se devem aos temores de como a seca deste verão no país afetará a produção.

A OIC prevê um déficit global de "pelo menos dois milhões de sacas" para o ano cafeicultor 2014-2015, já que o Brasil será obrigado a revisar para baixo sua previsão de 48,34 milhões de sacas para esse ano.

Para o ano cafeicultor 2012-2013, a produção mundial foi calculada em 145,8 milhões de sacas, um ligeiro aumento de 0,5% em relação ao exercício anterior e ainda em equilíbrio com a demanda.

Os aumentos de preços foram percebidos especialmente na variedade "arábica", que está mais cara desde o terceiro trimestre de 2012, enquanto os cafés de classe "robusta" experimentaram altas menos destacadas por não haver tanta inquietação sobre a produção.

Apesar de tudo, a OIC ressaltou que os preços do café não estão maiores que os níveis de 2012, quando baixaram após o pico de 2011, e são historicamente baixos, o que significa que muitos cafeicultores têm ainda dificuldades para subsistir.

Além disso, "a considerável volatilidade mostrada pelo mercado nos últimos meses não beneficia nem produtores nem consumidores", alertou a OIC.

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