A data de início da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) não deve ser motivo de discussão. "Os negociadores precisam trabalhar com esse deadline", afirmou Grant Aldonas, subsecretário para Comércio Internacional dos Estados Unidos. Na avaliação de Aldonas, as dificuldades que surgem entre os países, especialmente entre o Brasil e os EUA, são normais dentro de uma negociação entre duas grandes economias e quando está em jogo a abertura de um mercado estimado em 11 trilhões de dólares. O subsecretário diz crer na "habilidade dos negociadores de chegar um acordo" até janeiro de 2005.

Aldonas afirma que a reunião do Comitê de Negociações Comerciais (CNC) da Alca, em junho, deve obter resultados, apesar do histórico nada animador. A última reunião do CNC ocorreu em fevereiro, em Puebla (México), foi encerrada sem conclusões e adiada por cerca de um mês. Transferida para março, a reunião não ocorreu. O CNC não chega a negociar os termos do acordo entre os países. Ele é responsável em determinar as regras de como as negociações nos diferentes setores (agricultura, serviços, compras governamentais, etc.) deverão ser encaminhadas.

Na semana passada, mais um encontro entre o Brasil e os Estados Unidos acabou em fracasso. Os co-presidentes da negociação da Alca, o brasileiro Adhemar Bahadian e o americano Peter Allgeier, reuniram-se, em Washington, para criar uma proposta capaz de ressuscitar a reunião do CNC de Puebla. Com exigências "inaceitáveis" pelos países, o encontro dos co-presidentes não gerou resultados.

Em sua visita ao Brasil, Aldonas irá encontrar-se com membros dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo ele, a intenção é tornar mais claros para os EUA os objetivos do governo Lula com o comércio internacional a fim de focalizar em oportunidades de negócio entre os países. Nesta quarta-feira (26/5), participou de uma reunião-almoço com empresários na Câmara Americana de Comércio, em São Paulo.