Economia

Powell faz discurso otimista, mas alerta sobre produtividade dos EUA

Powell afirmou que o Fed está monitorando o coronavírus, que pode levar a rupturas na China e impactar a economia global

Fed: Powell chamou a economia dos Estados Unidos de "resiliente" (Al Drago/Bloomberg)

Fed: Powell chamou a economia dos Estados Unidos de "resiliente" (Al Drago/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 11h32.

Washington - O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, foi bastante otimista sobre as perspectivas para a economia norte-americana no primeiro de seus dois depoimentos anuais ao Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira, mas citou uma ameaça potencial do coronavírus chinês e preocupações sobre a saúde a longo prazo da economia.

A expansão econômica dos EUA, agora em seu 11º ano, é a mais longa já registrada. Durante o segundo semestre de 2019 "a economia parecia resiliente aos obstáculos globais que se intensificaram no verão passado (no hemisfério Norte)", disse Powell em comentários ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, à medida que a atividade econômica aumenta ainda mais e o mercado de trabalho se fortalece.

As declarações dele ecoam o relatório formal do Fed enviado ao Congresso dos Estados Unidos na sexta-feira, que repetiu a visão do banco central de que sua meta atual para custos de empréstimos de curto prazo, entre 1,5% e 1,75%, é "apropriada" para manter a expansão norte-americana nos trilhos.

Com riscos como a incerteza da política comercial diminuindo e o crescimento global se estabilizando, Powell sinalizou que não vê razão para ajustar a taxa de juros dos EUA a menos que novos acontecimentos provoquem uma "reavaliação material" das perspectivas atuais.

No entanto, ele acrescentou: "Estamos monitorando de perto o surgimento do coronavírus, que pode levar a rupturas na China que se espalhariam para o resto da economia global".

O ritmo do ganho de empregos "permaneceu acima do necessário para gerar vagas para novos trabalhadores que estão ingressando na força de trabalho", reduzindo o desemprego, disse Powell. "Os empregadores estão cada vez mais dispostos a contratar trabalhadores com menos habilidades e treiná-los", disse ele, o que significa que os benefícios de um mercado de trabalho mais forte se tornaram mais compartilhados.

No entanto, existem alguns sinais preocupantes no mercado de trabalho, disse ele, incluindo disparidades entre grupos raciais e étnicos e uma menor taxa de participação na força de trabalho por indivíduos em seus primeiros anos de trabalho do que na maioria das outras economias avançadas.

Os ganhos de produtividade "foram inferiores durante toda essa expansão econômica", observou Powell. A produtividade fraca está diminuindo os lucros das empresas norte-americanas e pode fazer com que elas, que já reduziram as despesas de capital, sejam cautelosas quanto à contratação, alertam economistas.

Encontrar maneiras de aumentar a participação e a produtividade do trabalho "deve continuar sendo uma prioridade nacional", afirmou Powell.

O investimento empresarial e as exportações foram fracos no segundo semestre de 2019, disse Powell, depois de disputas com seus principais parceiros comerciais. A produção industrial também diminuiu pelo mesmo motivo.

A inflação geral com base no índice PCE foi de 1,6% em 2019, abaixo da meta de 2% do Federal Reserve. Powell disse esperar que a inflação se aproxime da meta nos próximos meses.

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