Dinheiro: desde início do mês, em apenas em dois dias valor dos saques superou o dos depósitos (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 16h00.
Brasília - Depois do pior janeiro em 20 anos para a poupança, o mês de fevereiro registra mais captações do que resgates até o dia 9 na caderneta.
Dados atualizados nesta sexta-feira, 13, pelo Banco Central, revelam que o saldo da aplicação está positivo em R$ 763,3 milhões nesses primeiros dias.
Desde o início do mês, em apenas em dois dias o valor dos saques superou o dos depósitos.
No dia 2, o resultado líquido ficou negativo em R$ 299,7 milhões e no dia 9 foram detectadas saídas R$ 3,3 bilhões maiores do que as entradas.
Mais cedo, o Ministério da Fazenda divulgou nota à imprensa informando que "não procedem as informações que estariam circulando pela mídia social de que haveria risco de confisco da poupança ou de outras aplicações financeiras".
A nota cita que "tais informações são totalmente desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa sociedade, promovida pelo governo, através do Ministério da Fazenda".
Consultado, o Banco Central informou que não vai se pronunciar sobre o tema.
No mês de janeiro, o resgate líquido da caderneta ficou em R$ 5,529 bilhões.
Foi a primeira vez em nove meses que o volume de retiradas (R$ 152,996 bilhões) ficou maior do que o de depósitos (R$ 147,467 bilhões) - em abril do ano passado, o resultado havia ficado negativo em R$ 1,273 bilhão.
Com isso, o resultado da poupança em janeiro é o pior para o mês da série histórica do BC, iniciada em 1995.
Até então, o maior resgate líquido da poupança nesse mês havia sido em 2006, quando o saldo ficou negativo em R$ 1,881 bilhão.
É preciso registrar que nesses últimos 20 anos, em 11 deles o resultado de janeiro foi negativo.
Na observação de todos os meses, o saldo divulgado nesta sexta pelo BC chegou a ultrapassar a marca negativa de R$ 3,754 bilhões vista em março de 2006, a pior desde que o BC começou a compilar os dados atuais.