Economia

Polo petroquímico no México será maior da A. Latina

Com um investimento de US$ 4,5 bilhões, está prestes a ser ser concluída a construção do maior polo petroquímico da América Latina, o Etileno XXI


	Placa da Odebrecht: o Etileno XXI é um consórcio liderado pela Odebrecht Engenharia e Construção Internacional em conjunto com ICA Fluor, do México, e Technip, da Itália
 (jbdodane/Flickr/Creative Commons)

Placa da Odebrecht: o Etileno XXI é um consórcio liderado pela Odebrecht Engenharia e Construção Internacional em conjunto com ICA Fluor, do México, e Technip, da Itália (jbdodane/Flickr/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 16h08.

Cidade do México - Com um investimento de US$ 4,5 bilhões, está prestes a ser ser concluída, no México, a construção do maior polo petroquímico da América Latina, o Etileno XXI, que a partir de dezembro produzirá cerca de 750 mil toneladas de polietileno de alta densidade e 350 mil toneladas de polietileno de baixa densidade.

O Etileno XXI é um consórcio liderado pela Odebrecht Engenharia e Construção Internacional em conjunto com ICA Fluor, do México, e Technip, da Itália, que estão a cargo do EPC (Engenharia, Procura e Construção) do plano.

O complexo será operado pela Braskem-Idesa, empresa formada pela brasileira Braskem (braço petroquímico do Grupo Odebrecht e a maior produtora de resinas termoplásticas da América Latina) e Grupo Idesa, grupo mexicano do setor petroquímico.

"A produção deste complexo petroquímico", localizado perto da cidade de Coatzacoalcos (no estado de Veracruz), "vai substituir 70% da importação de polietilenos no México", disse em entrevista à Agência Efe Eduardo Lima de Rozendo, CEO do Etileno XXI.

Segundo Rozendo, representante da Odebrecht, o complexo terá uma capacidade de processamento de 66 mil barris de gás etano por dia, que serão comprados pela estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).

Com eles serão produzidos 1,05 milhão de toneladas de etileno por ano, matéria-prima para a produção de plásticos para recipientes de alimentos, detergentes, xampus, bolsas, encanamentos, mamadeiras, brinquedos, fraldas e inclusive próteses para a indústria médica.

Rozendo justificou a escolha do México como sede do projeto por sua "localização estratégica", já que "conta com a costa do Pacífico e do Atlântico", e pelos "tratados que o país assinou".

Espera-se que a iniciativa tenha impacto na balança de divisas mexicana, gerando até US$ 2 bilhões por ano e que seja uma fonte adicional de receitas fiscais para o México.

Para a construção do complexo, que começou em 2011, foi preciso um total de 26 mil trabalhadores. Atualmente, o polo ocupa quase 900 mil metros quadrados, e outros 300 mil foram usados para armazenar materiais.

Além disso, foram aplicados na obra 334 mil metros cúbicos de concreto, quatro vezes mais o utilizado para construir o Estádio Azteca. O aço usado equivale ao de quatro Torres Eiffel.

"Utilizamos sete portos no México pelo volume de materiais e equipamentos que tivemos que transportar", acrescentou Rozendo.

A torre mais alta veio da Índia, estruturas metálicas chegaram da Alemanha, tanques de armazenamento de gases vieram da Itália, e outras peças foram trazidas de Brasil, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e do próprio México.

Dentro do complexo foi montada uma rede ferroviária que dispõe de 1.300 vagões para transportar a produção e distribuí-la.

O projeto acaba de receber o prêmio The 2015 Dupont Safety and Sustainability Awards com a mais alta pontuação registrada nos 13 anos de história do prêmio. Este reconhecimento é dado às empresas e organizações que apresentam conquistas significativas em segurança industrial, sustentabilidade e excelência operacional.

"Um acidente dentro de um projeto é algo que não podemos admitir. Desde o início tivemos uma pressão enorme para atingir a meta de zero acidentes", disse Rozendo.

O projeto inclui cooperativas locais para estimular "o desenvolvimento socioeconômico da região" e um forte participação de mulheres, que em iniciativas desta natureza representam apenas 3,5% da força produtiva.

"Temos mais de mil mulheres trabalhando, e mais da metade está em postos que não são tradicionalmente para mulheres. Temos cabos, soldadores. São um pouco mais de 8% do total", declarou. 

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