Estados Unidos: PIB teve o desempenho mais fraco desde o primeiro trimestre de 2014 (Timothy A. Clary/AFP/AFP)
Reuters
Publicado em 28 de abril de 2017 às 10h23.
Última atualização em 28 de abril de 2017 às 10h26.
Washington - A economia dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais fraco em três anos no primeiro trimestre, com gastos do consumidor mostrando apenas ligeira alta e as empresas investindo menos em estoques, um potencial revés para a promessa do presidente Donald Trump de impulsionar o crescimento.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu à taxa anual de 0,7 por cento depois de o governo reduzir os gastos com defesa, informou nesta sexta-feira o Departamento do Comércio. Esse foi o desempenho mais fraco desde o primeiro trimestre de 2014.
A economia havia crescido ao ritmo de 2,1 por cento no quarto trimestre.
Economistas consultados pela Reuters esperavam aumento do PIB de 1,2 por cento no primeiro trimestre. A pesquisa, entretanto, foi realizada antes da divulgação dos dados preliminares na quinta-feira sobre déficit comercial e estoques, que levaram muitos economistas a reduzir suas estimativas de expansão no primeiro trimestre.
O ritmo de crescimento do primeiro trimestre, entretanto, não é uma fotografia real da saúde da economia. O mercado de trabalho está perto do pleno emprego e a confiança do consumidor se aproxima de máximas de vários anos, sugerindo que a desaceleração provocada principalmente pelo clima nos gastos do consumidor é provavelmente temporária.
Uma medida de demanda doméstica privada aumentou à taxa de 2,2 por cento no primeiro trimestre. Mesmo com questões sazonais e temporárias, economistas dizem que será difícil para Trump cumprir a promessa de elevar o crescimento anual do PIB para 4 por cento, sem aumentos na produtividade.
O crescimento dos gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica norte-americana, ficou em 0,3 por cento no primeiro trimestre. Esse foi o ritmo mais lento desde o quarto trimestre de 2009 e vem depois da robusta taxa de 3,5 por cento no quarto trimestre.
A fraqueza nos gastos do consumidor deve-se a um inverno ameno, que afetou a demanda por aquecimento e serviços. A inflação mais alta, que levou o índice de gastos de consumo pessoal à taxa de 2,4 por cento no primeiro trimestre --a mais alta desde o segundo trimestre de 2011-- também pesou sobre os gastos do consumidor.
Economistas acreditam que as autoridades do Federal Reserve devem ver tanto os gastos anêmicos do consumidor quanto o crescimento do PIB como algo temporário quando se reunirem na próxima semana. A chair do banco central norte-americano, Janet Yellen, havia descrito anteriormente o PIB trimestral como algo com "ruído".
A expectativa é de que o Fed mantenha a taxa de juros na próxima semana. O banco central elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual em março e prevê mais dois aumentos este ano.