PIB do Brasil cai pela sétima vez seguida: -0,8% no 3º tri
É o sétimo trimestre seguido de queda; previsão dos economistas era de uma queda ligeiramente maior.
João Pedro Caleiro
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 09h06.
Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 18h41.
São Paulo - O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil caiu 0,8% no 3º trimestre de 2016 em relação ao trimestre anterior, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A previsão de bancos e órgãos econômicos era de uma queda ligeiramente maior. O IBRE/FGV previa 0,99% e o Itaú Unibanco esperava -1,1%.
É o sétimo trimestre seguido de queda, sendo que uma recessão técnica já se configura após duas quedas consecutivas.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de -2,9% - nessa medida, foi o décimo tombo seguido.
Na comparação do acumulado do ano, de janeiro a setembro, a queda do PIB é de 4% em relação ao mesmo período de 2015.
Um tombo assim não acontecia desde que o IBGE começou a série histórica há duas décadas, em 1996. Em 2015, o PIB registrou queda de 3,8%.
Pelo sexto trimestre seguido, todos os componentes da demanda caíram na comparação com igual período do ano anterior. Entram aí a o consumo das famílias, do governo e o investimento.
O IBGE diz que o cenário pode ser explicado pelo "comportamento dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período".
Setores
Na comparação trimestral, a queda no 3º trimestre foi generalizada nos três setores: agropecuária (-1,4%), indústria (-1,3%) e serviços (-0,6%).
Dentro da indústria, o destaque positivo foi o setor de extração mineral, que cresceu 3,8% puxado pela extração de petróleo e gás natural.
Não foi o suficiente para compensar quedas grandes na indústria de transformação (-2,1%) e na construção (-1,7%), enquanto a parte de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana caiu 0,2%.
Nos serviços, houve estabilidade em atividades imobiliárias e alta de 0,1% na administração, saúde e educação pública e de 0,5% em serviços de informação.
Mas a queda foi forte em transporte, armazenagem e correio (-2,6%), outros serviços (-1,0%), intermediação financeira e seguros (-0,6%) e comércio (-0,5%).
O investimento, que havia tido uma pequena recuperação de 0,5% no trimestre anterior, voltou a cair (-3,1%).
A taxa de investimento ficou em 16,5 do PIB. As importações caíram 3,1% e as exportações caíram 2,8%.
Período de comparação | PIB |
---|---|
3º Tri 2016 / 2º tri 2016 | 0,8% |
3º Tri 2016 / 3º Tri 2015 | -2,9% |
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores | -4,4% |
Valores correntes no ano (R$ bilhões) | 1.580,2 |
Período de comparação | Agropec. | Indústria | Serviços |
---|---|---|---|
3º Tri 2016 / 2º tri 2016 | -1,4% | -1,3% | -0,6% |
3º Tri 2016 / 3º Tri 2015 | -6,0% | -2,9% | -2,2% |
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores | -5,6% | -5,4% | -3,2% |
Valores correntes no ano (R$ bilhões) | 75,3 | 302,2 | 993,4 |
Período de comparação | Investimento | Cons. Fam. | Cons. Gov. |
---|---|---|---|
3º Tri 2016 / 2º tri 2016 | -3,1% | -0,6% | -0,3% |
3º Tri 2016 / 3º Tri 2015 | -8,4% | -3,4% | -0,8% |
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores | -13,5% | -5,2% | -0,9% |
Valores correntes no ano (R$ bilhões) | 260,5 | 1009,6 | 303,4 |