Economia

PIB chinês será superior ao da zona do euro em 2012

Segundo previsões da OCDE, o tamanho da economia do país deve triplicar até 2060


	Manufatura na China: o país continuará representando 28% em 2060, quando a eurozona não significará mais do que 9% do PIB global e Estados Unidos 16%
 (AFP)

Manufatura na China: o país continuará representando 28% em 2060, quando a eurozona não significará mais do que 9% do PIB global e Estados Unidos 16% (AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 08h31.

Paris - O tamanho da economia chinesa vai superar a da zona do euro neste ano e, graças a um crescimento que vai seguir sendo muito superior, deve ser triplicado até 2060, segundo as previsões divulgadas nesta sexta-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Produto Interno Bruto (PIB) da China foi 17% do total mundial em 2011, porcentagem equivalente ao da zona do euro, porém ainda inferior aos 23% dos Estados Unidos, lembrou a OCDE.

Mas o PIB do país asiático passará a representar 28% do mundial em 2030, quando os dos outros dois blocos serão reduzidos a 12% e a 18% respectivamente, indicou a OCDE em suas novas previsões para os próximos 50 anos.

A China continuará representando 28% em 2060, quando a eurozona não significará mais do que 9% do PIB global e Estados Unidos 16%, enquanto a Índia terá aumentado seu peso específico a 18%, contra 7% atual e 11% em 2030.

Isso significa que a economia da Índia - que está melhor que a do Japão e passará a da zona do euro em 20 anos - somada à da China, terá deixado para trás, em 25 anos, o conjunto do G7, e em 2060 o conjunto da OCDE.

Esta revolução da geografia econômica mundial se deve à divergência das taxas de progressão econômica, que terão uma média de 2% anual durante os próximos 50 anos nos 34 países da OCDE e de 3,9% no resto do mundo.

Dentro dos grandes países emergentes, os maiores ritmos de aumento do PIB acontecerão na Índia (5,1%), Indonésia (4,1%) e China (4%), notavelmente acima do Brasil (2,8%), da Argentina (2,7%) e sobretudo da Rússia (1,9%).

Dentro do conhecido "Clube dos países desenvolvidos", as diferenças também são notáveis, com máximos no México (3%), Turquia (2,9%), Chile (2,8%), Austrália (2,6%) e Israel (2,6%) e um número ligeiramente acima da média nos Estados Unidos (2,1%).


Onde a economia crescerá menos será na Alemanha (1,1%), Luxemburgo (1,1%), Japão (1,3%), Itália (1,4%), Grécia (1,4%), Portugal (1,4%), Áustria (1,4%), França (1,6%), Coreia do Sul (1,6%), Espanha (1,7%) e Holanda (1,7%).

A alta do PIB mundial terá um ritmo médio anual de 2,9% de 2012 a 2060, com uma alta mais rápida até 2030 (3,7%), devido sobretudo ao arrefecimento do mundo em desenvolvimento, e muito particularmente da China (com progressões anuais de 6,6% e de 2,3% respectivamente).

Um dos principais fatores que estão por trás desses movimentos, segundo a OCDE, é o envelhecimento da população, que no horizonte de 2060 vai reduzir a participação na força de trabalho - e portanto na atividade econômica - em países como a Polônia, Coreia do Sul, Portugal, Eslovênia, mas também na China.

Outros fatores são os lucros de produtividade, que globalmente vão experimentar uma alta anual de 1,5%, que será muito superior em países onde atualmente há níveis baixos, como Índia, China, Indonésia, Brasil e outros da Europa oriental.

Ali, as melhoras virão de uma elevação da formação, da abertura comercial, da maior concorrência interior e de medidas de regulação que favorecem a difusão tecnológica.

Uma das consequências desta mudança do mapa econômico mundial vai ser a convergência do poder aquisitivo entre o mundo emergente e o desenvolvido, embora os autores do relatório disseram que as diferenças não vão desaparecer.

A progressão do poder aquisitivo será de 1,7% anual na OCDE e de 3% no resto. Mais uma vez, a China será protagonista dessa tendência, já que o poder de compra de seus habitantes, que se situava em torno dos 15% da dos americanos em 2011, será só 25% inferior em 2060.

Em alguns países europeus particularmente afetados pelo envelhecimento, as diferenças de nível aquisitivo com relação aos Estados Unidos aumentarão concretamente na Grécia, Itália, Espanha, França, Alemanha, Áustria e Irlanda. 

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