Funcionário trabalha em campo de petróleo em Kogalym, na Rússia (Sergei Karpukhin/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de maio de 2018 às 09h23.
Última atualização em 23 de maio de 2018 às 09h24.
Londres - O petróleo opera em baixa nesta quarta-feira em meio a relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderia decidir por aumentar sua produção da commodity na próxima reunião marcada para acontecer em junho.
Às 8h07 (de Brasília), o petróleo WTI para julho tinha baixa de 0,58%, a US$ 71,78 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho recuava 0,85%, a US$ 78,89 o barril, na ICE.
A Reuters informou ontem que a Opep poderia decidir elevar a produção de petróleo bruto em sua próxima reunião oficial no dia 22 de junho, em meio a riscos relacionados à oferta do Irã e da Venezuela no âmbito das sanções aplicadas pelos EUA.
A Opep e 10 produtores fora do cartel, incluindo a Rússia, cortaram sua produção de petróleo em cerca de 1,8 milhão de barris por dia desde o início do ano passado, como parte de um acordo coordenado para conter o excesso global de oferta que pesava sobre os preços desde o final de 2014.
Desde que este acordo se consolidou, os preços do petróleo subiram quase 40%, enquanto o mercado físico de petróleo continuou a diminuir.
A Opep informou a decisão de considerar aumentos na produção em meio a riscos geopolíticos crescentes de fornecimento de seus dois membros: Irã e Venezuela.
"As interrupções de fornecimento existentes na Venezuela e o risco de interrupções no Irã já resultaram em um aperto perceptível do fornecimento de petróleo e um aumento significativo nos preços", segundo analistas do Commerzbank.
Além das sanções que os EUA aplicaram ao Irã, mas que ainda não possuem efeito, a Venezuela já luta contra as sanções que pesam em seu fornecimento. Após o presidente venezuelano ser reeleito no domingo, os EUA ampliou a proibição aos americanos que compram a dívida venezuelana, o que potencialmente dificulta para o país obter o financiamento necessário para sua indústria de petróleo em dificuldades.
A Opep tinha "dito anteriormente que não iria responder a picos de preços de curto prazo - mas o fato é que o fornecimento de petróleo está apertando a um ritmo alarmante", segundo Stephen Brennock, analista da corretora PVM Oil Associates.
Diante do temor de aumento da produção da Opep, a queda dos estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos, que caíram 1,3 milhão de barris na semana encerrada em 18 de maio, ficou em segundo plano. O dado foi divulgado pelo Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês). Os investidores aguardam pelos dados oficiais do Departamento de Energia (DoE) que serão conhecidos hoje às 11h.