Petróleo fecha em alta em meio a tensões entre EUA e Irã
Os preços do petróleo oscilaram entre ganhos e perdas antes do fechamento na segunda-feira, após uma troca de ameaças entre Trump e Hassan Rouhani
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de julho de 2018 às 17h22.
Última atualização em 24 de julho de 2018 às 17h57.
Nova York - Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 24, monitorando as tensões entre os Estados Unidos e o Irã e formas como o fornecimento da commodity pode ser afetado. Além disso, investidores aguardam dados de estoques dos EUA , que podem dar impulso adicional aos preços.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em setembro fechou em alta de 0,92%, para US$ 68,52 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para o mesmo mês subiu 0,52%, para US$ 73,44.
Os preços do petróleo oscilaram entre ganhos e perdas antes do fechamento na segunda-feira, após uma troca de ameaças entre o presidente americano, Donald Trump , e o iraniano, Hassan Rouhani, enquanto o mercado tentava avaliar o quanto a oferta de petróleo iraniano poderia estar em risco. Em maio, Trump retirou os EUA do acordo internacional para conter o programa nuclear do Irã, preparando o cenário para a reinstituição de sanções econômicos que devem atrapalhar a indústria de petróleo do país persa. Analistas estimam que até 1 milhão de barris por dia dos mais de 2,5 milhões de barris por dia do Irã podem estar em risco nas exportações de petróleo. Trump prometeu impor as mais rigorosas sanções possíveis.
"O mercado quer se concentrar na produção real do Irã", que será afetada pelas novas sanções, disse o chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, Ole Hansen. "O mercado está jogando um pouco no lado frio", acrescentou, observando que, no passado, as preocupações sobre o risco para a oferta iraniana aumentaram muito os preços.
Depois que Trump se retirou do acordo nuclear em maio, os preços do Brent romperam temporariamente o preço simbólico de US$ 80 por barril pela primeira vez em mais de três anos e meio. "Aparentemente, o mercado acredita que há apenas uma pequena probabilidade de a crise iraniana se intensificar", escreveram analistas do Commerzbank em nota a clientes.
Os preços caíram ao longo do mês passado, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros grandes produtores decidirem aumentar a produção da commodity após mais de um ano de retração na oferta. A decisão veio em meio a preocupações de que o rápido aumento dos preços do petróleo poderia prejudicar a demanda e o crescimento econômico global.
Os agentes também aguardam os dados semanais dos EUA na quarta-feira. Algumas previsões iniciais para o relatório de analistas do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) apontam para um declínio tanto no fornecimento de óleo cru na semana passada quanto nos estoques de destilados e gasolina. O relatório da semana passada mostrou um surpreendente aumento de 5,8 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA.