Economia

Petróleo cai abaixo de US$60 com preocupações sobre vírus na China

Petróleo Brent recuava 1,7 dólar, ou 2,8%, a 58,99 dólares por barril, às 9:36

Extração de petróleo, no Oriente Médio: Opep pode interferir em produção para conter preço (Dominique BERBAIN/Getty Images)

Extração de petróleo, no Oriente Médio: Opep pode interferir em produção para conter preço (Dominique BERBAIN/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 10h02.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 11h54.

Londres — Os preços do petróleo ampliaram perdas nesta segunda-feira, com a cotação do Brent, referência internacional, recuando para abaixo de 60 dólares por barril pela primeira vez em quase três meses, em meio a um aumento nas mortes causadas pelo coronavírus na China e preocupações de que a doença possa desacelerar a demanda por petróleo.

O petróleo Brent recuava 1,7 dólar, ou 2,8%, a 58,99 dólares por barril, às 9:36 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 1,47 dólar, ou 2,71%, a 52,72 dólares por barril.

O Brent chegou a tocar mais cedo 58,75 por barril, menor nível desde o final de outubro, operando também no maior recuo intradiário desde 8 de janeiro.

Bolsas de ações pelo mundo também operam em queda, à medida que investidores ficam cada vez mais ansiosos devido à crescente crise gerada pelo vírus. O sentimento elevou a demanda por ativos vistos como de baixo risco, como a moeda japonesa e títulos do Tesouro dos EUA.

O número de mortos pelo coronavírus ultrapassou 80, e o governo chinês decidiu ampliar o feriado de Ano Novo Lunar até 2 de fevereiro, tentando manter as pessoas em casa para evitar uma maior disseminação do vírus.

A rápida evolução do surto de coronavírus tem alimentado temores de impactos negativos na demanda por petróleo, o que gerou especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, um grupo conhecido como Opep+, possa considerar ampliar cortes de produção.

A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, aliados na Opep, tentaram minimizar o impacto do vírus nesta segunda-feira. Os sauditas, líderes da Opep na prática, disseram que o grupo pode responder a qualquer mudança na demanda.

O ministro de Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin SalmanAl-Saud, disse nesta segunda-feira que está confiante de que a disseminação do novo vírus será contida.

Segundo ele, os mercados estão sendo "guiados principalmente por fatores psicológicos" e o vírus teria "impacto muito limitado" sobre a demanda, apesar de "expectativas extremamente negativas adotadas por alguns participantes do mercado".

"Houve pessimismo extremo como esse em 2003, durante a epimedia de SARS, mas ela não causou uma redução significativa na demanda por petróleo", disse o ministro em comunicado.

Ele acrescentou ainda que a Opep+ tem "a capacidade e a flexiblidade necessárias para responder" aos acontecimentos se necessário.

Os preços do petróleo Brent caíram mais de 14% desde um salto no início do mês por tensões entre Estados Unidos e Irã, quando a cotação chegou a brevemente ficar acima de 70 dólares por barril.

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