O crescimento na demanda por gás natural pode levar a Petrobras a reajustar o preço do produto. A sinalização é do presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

A demanda está acima da média histórica. Desde 1998, o consumo cresceu numa média de 14% ao ano, mas somente de 2003 para 2004, superou 19%, e os dados de 2005 continuam indicando crescimento elevado.

A decisão sobre o reajuste está sendo analisada na empresa. A política de descontos e preços baixos deixou de ser sustentável para a empresa. "Tivemos uma política de dar descontos para o gás a fim de estimular a demanda em 2003 e 2004. Nós temos, hoje, um aumento de custos na Bolívia e um acelerado crescimento da demanda.".

O presidente da Petrobras insistiu que ainda não há uma decisão final sobre o reajuste. E disse que esse não é o único problema a afetar o mercado de gás natural no Brasil: o setor enfrenta as questões regulatórias na Bolívia, que hoje é responsável por cerca de 20 milhões de metros cúbicos por dia, dos 34 milhões que o mercado brasileiro consome, e ainda os problemas na construção da infra-estrutura de logística.

"Temos discutido a possibilidade de retomar maior flexibilidade no uso de combustíveis, portanto, permitir o uso de combustíveis distintos, não apenas o gás. Nós estamos trabalhando nisso", acrescentou.