Economia

Pesquisas eleitorais deixam mercado sob tensão

São Paulo, 30 de setembro (Portal EXAME) Se a possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições presidenciais ainda continuar regendo o humor do mercado como nas últimas semanas, então esta segunda-feira (30/09) promete ser mais tensa do que nunca. Pesquisa eleitoral divulgada no domingo pelo Datafolha coloca […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

São Paulo, 30 de setembro (Portal EXAME) Se a possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições presidenciais ainda continuar regendo o humor do mercado como nas últimas semanas, então esta segunda-feira (30/09) promete ser mais tensa do que nunca. Pesquisa eleitoral divulgada no domingo pelo Datafolha coloca Lula a um ponto percentual de conseguir metade de todos os votos válidos nunca o candidato petista esteve tão na dianteira. E o mercado deve sentir hoje os efeitos disso.

O instituto Vox Populi, que divulgou hoje pela manhã nova pesquisa encomendada pelo jornal Correio Braziliense, mostra Lula com 43% das intenções de voto (contra 41% há uma semana), José Serra (PSDB/PMDB) passou de 19% para 18%, Ciro Gomes (Frente Trabalhista), de 14% para 13% e Garotinho (PSB) de 14% para 15%.

Essa perspectiva dá ao mercado o combustível básico para um aumento da ansiedade e do desconforto com o futuro da economia do país. Na semana passada, o dólar chegou a valer 3,88 reais para venda alta de 13,95% em sete dias, 28,9% no mês e 67,6% no ano. "A nosso ver é uma posição muito exagerada, mas de efeitos práticos potencialmente negativos", afirma o Lloyds TSB. Temendo o radicalismo do discurso petista de alguns anos atrás, a maior parte do mercado prefere desconsiderar os sinais mais recentes de flexibilização emitidos pelo partido (coalizões com partidos mais à direita, compromisso com o acordo negociado com o FMI, garantia de cumprimento de contratos, etc.) e projeta sérias dificuldades para a economia brasileira a partir de 2003, caso a vitória da oposição seja confirmada.

"Porém, acreditamos que, por mais paradoxal que seja, o mercado pode ficar menos tenso depois das eleições, mesmo que o vencedor seja Lula da Silva. Para que isso ocorra, será preciso que o futuro presidente reafirme seu compromisso com as regras vigentes, respeite o acordo negociado com o FMI e forme uma equipe econômica (incluindo o comando do BC) que tenha alta credibilidade e aceitação junto aos mercados. O que parece bem possível", afirma o banco.

Além de absorver os efeitos das novas pesquisas, o mercado enfrentará especulações de investidores que possuem papéis da dívida pública que vencem amanhã. Na sexta-feira, o Banco Central conseguiu rolar apenas 10% dessa dívida, no valor de 1,2 bilhão de dólares. A intenção era 70%. Analistas acreditam que seja pouco provável que o BC continue tentando hoje. Com a tensão eleitoral, o BC corre o risco de perder reservas sem obter o resultado esperado, o que deixaria a situação mais difícil para o próximo governo.

Indicadores

O BC divulga o relatório de inflação referente ao terceiro trimestre de 2002 a expectativa é de que as taxas, pressionadas pelo câmbio, fiquem acima da meta para este ano e para 2003.

O IBGE mostra os indicadores de volume e valores correntes do Produto Interno Bruto no segundo trimestre.

A balança comercial da quarta semana de setembro deve registrar superávit da ordem de 300 milhões de dólares.

Nos Estados Unidos, sai o índice de renda pessoal referente ao mês de agosto.

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