Economia

Peru diz que PIB vai crescer menos por culpa da Odebrecht

Peru anunciou que crescerá menos que o esperado devido aos casos de corrupção envolvendo a Odebrecht, que tem importantes obras em andamento no país

Odebrecht: "vamos ter um efeito negativo de entre meio e um ponto percentual, dependendo do que fizermos", disse um ministro (foto/Bloomberg)

Odebrecht: "vamos ter um efeito negativo de entre meio e um ponto percentual, dependendo do que fizermos", disse um ministro (foto/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 08h08.

O Peru anunciou nesta quarta-feira que crescerá menos que o esperado em 2017 devido aos casos de corrupção envolvendo a Odebrecht, que tem importantes obras em andamento no país.

"É difícil pensar que cresceríamos 4,8% em 2017, e que poderemos crescer um ponto percentual abaixo disto", disse o ministro da Economia, Alfredo Thorne, em entrevista coletiva.

Odebrecht, que admitiu ter pago 29 milhões de dólares em subornos para obter obras públicas no Peru entre 2005-2014, participava de diversos projetos de infraestrutura no país, incluindo a construção de um gasoduto no sul orçado em 7 bilhões de dólares, cuja concessão lhe foi retirada.

"Devido ao efeito Odebrecht, que não inclui apenas o gasoduto do sul, mas também outros projetos, vamos ter um efeito negativo de entre meio e um ponto percentual, dependendo do que fizermos...", declarou o ministro.

O presidente Pedro Pablo Kuczynski declarou na véspera que a Odebrecht deverá entregar todos os seus projetos e sair do país. "Vai ter que se desfazer dos projetos que mantém no Peru, alguns importantes em termos de fornecimento de eletricidade e estradas. Lamentavelmente, têm esta tara da corrupção e precisam partir, acabou".

As paralisações afetarão a geração de empregos no Peru, a melhoria das infraestruturas e a distribuição de recursos, admitiu Thorne, para quem "a decisão do presidente Kuczynski (de pedir a saída da Odebrecht) é muito valente".

"Se isto significa que vamos pagar com um pouco de crescimento por esta decisão, estamos dispostos a fazer isto", disse Tohrne, acrescentando que "nossa economia é sólida, com grandes investidores que querem entrar, e o fato de uma empresa sair não significa que não há alternativas".

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