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Perdas de empregos por Brexit já começaram, dizem empresas

As forças pró-UE alertaram que se o Reino Unido decidir sair do mercado comum em 23 de junho, o país poderia perder quase um milhão de empregos

Brexit: desaceleração do recrutamento “está gerando um impacto neste momento”, disse Sir Andrew Likierman, reitor da London Business School (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2016 às 19h29.

As forças pró-UE alertaram que se o Reino Unido decidir sair do mercado comum em 23 de junho, o país poderia perder quase um milhão de empregos . As agências de recrutamento dizem que o dano já começou.

“As empresas estão apertando o botão de pausa”, disse Kit Bingham, sócio da firma de busca de executivos Odgers Berndtson. Uma pesquisa da Odgers apontou, no mês passado, que um quarto dos diretores das empresas do FTSE 350 avaliariam a realocação de pelo menos parte de seus negócios se os eleitores aprovassem a Brexit.

Mesmo com uma votação pela permanência, é inevitável que haja algum dano, dizem os economistas. A desaceleração das contratações durante os meses de incerteza anteriores ao referendo “aparecerá nos números do PIB”, disse Swati Dhingra, professora assistente da London School of Economics. “Haverá um atraso. E isso não vai se recuperar da noite para o dia”.

A agência de recrutamento Randstad UK descobriu que 17 por cento dos 340 profissionais entrevistados em maio já haviam congelado as contratações, e 25 por cento estava recorrendo a contratos de curto prazo para preencher vagas.

A desaceleração do recrutamento “está gerando um impacto neste momento”, disse Sir Andrew Likierman, reitor da London Business School.

Em recursos humanos, as contratações caíram 28 por cento nos cinco primeiros meses do ano, segundo a Digby Morgan, a unidade da Randstad focada nesse campo. E as pesquisas que preveem uma votação apertada contribuíram para a mudança, segundo Tom Forrest, diretor-gerente da Digby Morgan.

“De certa forma, trata-se de uma profecia autorrealizável”, disse Forrest. “Quanto mais todos falam a respeito, mais acreditam. Nossos clientes querem certeza”.

A decisão pela saída atingiria o setor de serviços financeiros de forma particularmente dura. Cerca de 340.000 cidadãos da UE trabalham no setor financeiro britânico, cerca de 18 por cento dos europeus empregados no Reino Unido, segundo dados da Universidade de Oxford.

O Deutsche Bank e o HSBC disseram que provavelmente vão transferir alguns funcionários para a Europa continental na eventualidade de uma decisão pela saída da UE. O JPMorgan, maior banco americano, disse que poderia transferir um quarto de seus 16.000 funcionários britânicos para a Europa.

“A Brexit poderia significar menos empregos do JPMorgan no Reino Unido e mais empregos na Europa”, disse o CEO do banco, Jamie Dimon.

As empresas de tecnologia também estão paralisando projetos, o que significa uma desaceleração da contratação de desenvolvedores de softwares, arquitetos de TI e gerentes de projeto, segundo Robert Grimsey, diretor da Harvey Nash, agência de recrutamento especializada no setor. Um em cada seis trabalhadores do setor de tecnologia em Londres vem de outro país da UE, estima a empresa.

“Londres é altamente dependente da migração, especialmente migração da UE, para a inovação tecnológica”, disse Grimsey. Na eventualidade de uma Brexit, “em algumas empresas, um quarto de seus departamentos de TI desapareceriam”.

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As forças pró-UE alertaram que se o Reino Unido decidir sair do mercado comum em 23 de junho, o país poderia perder quase um milhão de empregos . As agências de recrutamento dizem que o dano já começou.

“As empresas estão apertando o botão de pausa”, disse Kit Bingham, sócio da firma de busca de executivos Odgers Berndtson. Uma pesquisa da Odgers apontou, no mês passado, que um quarto dos diretores das empresas do FTSE 350 avaliariam a realocação de pelo menos parte de seus negócios se os eleitores aprovassem a Brexit.

Mesmo com uma votação pela permanência, é inevitável que haja algum dano, dizem os economistas. A desaceleração das contratações durante os meses de incerteza anteriores ao referendo “aparecerá nos números do PIB”, disse Swati Dhingra, professora assistente da London School of Economics. “Haverá um atraso. E isso não vai se recuperar da noite para o dia”.

A agência de recrutamento Randstad UK descobriu que 17 por cento dos 340 profissionais entrevistados em maio já haviam congelado as contratações, e 25 por cento estava recorrendo a contratos de curto prazo para preencher vagas.

A desaceleração do recrutamento “está gerando um impacto neste momento”, disse Sir Andrew Likierman, reitor da London Business School.

Em recursos humanos, as contratações caíram 28 por cento nos cinco primeiros meses do ano, segundo a Digby Morgan, a unidade da Randstad focada nesse campo. E as pesquisas que preveem uma votação apertada contribuíram para a mudança, segundo Tom Forrest, diretor-gerente da Digby Morgan.

“De certa forma, trata-se de uma profecia autorrealizável”, disse Forrest. “Quanto mais todos falam a respeito, mais acreditam. Nossos clientes querem certeza”.

A decisão pela saída atingiria o setor de serviços financeiros de forma particularmente dura. Cerca de 340.000 cidadãos da UE trabalham no setor financeiro britânico, cerca de 18 por cento dos europeus empregados no Reino Unido, segundo dados da Universidade de Oxford.

O Deutsche Bank e o HSBC disseram que provavelmente vão transferir alguns funcionários para a Europa continental na eventualidade de uma decisão pela saída da UE. O JPMorgan, maior banco americano, disse que poderia transferir um quarto de seus 16.000 funcionários britânicos para a Europa.

“A Brexit poderia significar menos empregos do JPMorgan no Reino Unido e mais empregos na Europa”, disse o CEO do banco, Jamie Dimon.

As empresas de tecnologia também estão paralisando projetos, o que significa uma desaceleração da contratação de desenvolvedores de softwares, arquitetos de TI e gerentes de projeto, segundo Robert Grimsey, diretor da Harvey Nash, agência de recrutamento especializada no setor. Um em cada seis trabalhadores do setor de tecnologia em Londres vem de outro país da UE, estima a empresa.

“Londres é altamente dependente da migração, especialmente migração da UE, para a inovação tecnológica”, disse Grimsey. Na eventualidade de uma Brexit, “em algumas empresas, um quarto de seus departamentos de TI desapareceriam”.

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