Colheita de soja na Argentina: há risco de queda mais acentuada dos preços internacionais das commodities por causa de desaceleração da China (Diego Giudice/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 15h17.
Nova York - A economia da América Latina deve continuar em marcha lenta em 2014, em meio a problemas de infraestrutura, e riscos para as taxas de crescimento serem ainda piores persistem, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório divulgado nesta quinta-feira, 24, em Lima, no Peru, chamado "Perspectiva Econômica Regional para o Hemisfério Ocidental".
Pelo lado positivo, as exportações de alguns países, como o México, devem crescer, estimuladas pela maior expansão dos Estados Unidos, que deve se acelerar de 1,9% no ano passado para 2,8% este ano.
Por outro lado, há o risco de queda mais acentuada dos preços internacionais das commodities por causa de desaceleração da China, além de os mercados da região terem de enfrentar condições financeiras mais duras no mercado externo, por conta da mudança da política monetária dos Estados Unidos.
Esta mudança pode provocar "crescente volatilidade" nos fluxos internacionais de capital, sobretudo em países com maior fragilidade nas contas externas, alta inflação e espaço limitado de manobra nas políticas econômicas, destaca o relatório.
O investimento privado deve seguir baixo na região, em meio aos problemas na infraestrutura. Por isso, o Fundo recomenda um conjunto de reformas estruturais. Outra recomendação é de ajustes nas contas fiscais e de atenção às vulnerabilidades do sistema financeiro e do crescente endividamento das empresas.
Os países da região devem ter velocidades bem diferentes de crescimento. A Venezuela deve encolher 0,5% este ano.
Já a Argentina deve crescer 0,5%. O México, depois de crescer apenas 1,1% no ano passado, deve se recuperar e crescer 3% em 2014.
A América Latina como um todo deve crescer 2,5% em 2014, abaixo dos 2,7% do ano passado. A região deve ficar abaixo da média dos países emergentes, de 4,9%, e dos desenvolvidos, de 3,6%.