Economia

Para FGV, dados do IBGE sinalizam recuperação da economia

Para vice-diretor da fundação, a manutenção dos investimentos, diferentemente das estimativas do início do ano, é um bom indicador


	Fundação Getulio Vargas: “Tudo indica que os empresários voltaram a investir, embora estejam acumulando estoques. Deve estar havendo uma criação nova de capacidade produtiva”, destacou
 (Pedro Zambarda/EXAME.com/Site Exame)

Fundação Getulio Vargas: “Tudo indica que os empresários voltaram a investir, embora estejam acumulando estoques. Deve estar havendo uma criação nova de capacidade produtiva”, destacou (Pedro Zambarda/EXAME.com/Site Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 13h34.

Brasília - O vice-diretor de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rogério Sobreira, acredita que a taxa de investimento do segundo trimestre do ano, divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com os dados do Produto Interno Bruto (PIB), indica sinais de recuperação da economia brasileira.

Segundo o IBGE, o PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1,5% no segundo trimestre ante o período anterior. Além disso, a taxa de investimento em percentual do PIB subiu de 17,9% no segundo trimestre de 2012 para 18,6% no segundo trimestre deste ano.

Sobreira considerou o resultado bom, pois ficou acima do que alguns analistas esperavam. Para ele, a manutenção dos investimentos, diferentemente das estimativas do início do ano - quando se esperava que a taxa se mantivesse fraca -, é um bom indicador. “No segundo trimestre, os investimentos vêm forte e aparentemente sinalizam recuperação”, disse à Agência Brasil.

Para o professor, se a taxa de investimento for somada à perspectiva de realização dos “leilões chaves” de infraestrutura, como em setores de aeroportos, portos e rodovias, a situação será ainda melhor para o país.

Outro dado importante, segundo ele, é que, se os investimentos estão fortes, a fase da acumulação de estoques por parte do setor produtivo já passou. “Tudo indica que os empresários voltaram a investir, embora estejam acumulando estoques, evidentemente. Deve estar havendo, assim, uma criação nova de capacidade produtiva”, destacou.

O segundo aspecto destacado por Sobreira é o consumo das famílias, que vinha muito bem nos dois últimos trimestres de 2012 e depois enfrentou uma queda no inicio do ano. Para o professor, tudo indica que o fator está “ensaiando” uma recuperação. “Olhando um número tão agregado como esse, eu diria que pode estar havendo um movimento de, com as famílias pagando as dívidas, elas voltarem, ainda que lentamente, a consumir”.
Rogério Sobreira entende que, se houver a combinação da recuperação dos gastos das famílias com os investimentos, existe uma expectativa muito positiva em relação ao PIB deste ano. “Acho que muitos analistas que vinham fazendo previsões até abaixo de 2% terão que rever as suas previsões”.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEstatísticasFGV - Fundação Getúlio VargasIBGEIndicadores econômicosInvestimentos de empresasPIB

Mais de Economia

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor

Opinião: nem as SAFs escapam da reforma tributária