Pandemia pode custar uma década à economia da América Latina, diz Cepal
Estimativa é que a pobreza aumentará 7 pontos percentuais na região na comparação com o ano passado, agregando mais 45 milhões de pessoas
Reuters
Publicado em 30 de julho de 2020 às 17h37.
Última atualização em 30 de julho de 2020 às 17h38.
A crise do coronavírus pode fazer a América Latina e o Caribe regredirem uma década, conforme os países sofrem com economias vacilantes e uma pobreza crescente, disseram a comissão econômica da ONU para a região e a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira.
A estimativa é que a pobreza aumentará 7 pontos percentuais na região na comparação com o ano passado, agregando mais 45 milhões de pessoas, de acordo com um relatório da OMS e da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal).
O número de desempregados deve subir para 44 milhões, um aumento de mais de 18 milhões quando comparado com 2019, e se projeta que a economia da região encolherá 9,1%, segundo o relatório.
"As Américas correm o risco de perder anos de ganhos de saúde em uma questão de meses. Isto é trágico", disse Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em uma coletiva de imprensa.
Uma apresentação com destaques do relatório alertou que a pandemia de coronavírus pode provocar uma "década perdida" se a renda per capita cair para níveis que não eram vistos desde 2010, como previsto.
Como parte do choque econômico, 2,7 milhões de negócios formais da região devem fechar, segundo o relatório.
Etienne disse que os governos precisam buscar soluções para a saúde pública e a economia simultaneamente.
"Os países precisam evitar pensar que precisam escolher entre reativar as economias e proteger a saúde de seu povo. Esta é um escolha falsa", disse. "A atividade econômica não pode ser retomada a menos que tenhamos o vírus sob controle."