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Países europeus devem aderir a banco capitaneado por China

Golpe diplomático nos EUA reflete a ansiedade europeia para tirar proveito do rápido crescimento da segunda maior economia do mundo

Indústria na China: golpe diplomático nos EUA reflete a ansiedade europeia para tirar proveito da economia de rápido crescimento da China (Paul Souders/Corbis/Latinstock)
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 12h04.

Paris/Pequim - Alemanha, França e Itália declararam nesta terça-feira que concordaram em participar de um novo banco de investimento capitaneado pela China depois que a Grã-Bretanha enfrentou a pressão dos Estados Unidos , seu parceiro mais próximo, para se tornar membro fundador de uma empreitada vista em Washington como rival do Banco Mundial.

A manobra calculada para se unir ao projeto econômico expansionista, um carro-chefe de Pequim, foi um golpe diplomático nos EUA e reflete a ansiedade europeia para tirar proveito da economia de rápido crescimento da China, a segunda maior do mundo.

A ação surgiu em meio a negociações comerciais espinhosas entre Bruxelas e Washington, e no momento em que a União Europeia e governos da Ásia estão frustrados por o Congresso norte-americano ter freado uma reforma dos direitos de votação no Fundo Monetário Internacional (FMI) que daria mais voz à China e a outras economias emergentes na governança econômica global.

O ministro da Fazenda alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que seu país, a maior economia europeia e grande parceiro comercial de Pequim, será um membro fundador do Banco de Investimento de Infraestrutura Asiática (AIIB, na sigla em inglês).

Um funcionário do Ministério da Fazenda francês afirmou à Reuters que Paris “confirma a participação da França e enfatiza o acordo entre Alemanha, França e Itália” na questão, revelada pelo jornal britânico Financial Times.

O Tesouro da Itália declarou que os europeus concordaram em trabalhar para fazer com que a nova instituição “siga os melhores padrões e as melhores práticas em termos de governança, salvaguardas, dívida e políticas de aquisição”.

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse aos repórteres: “De fato estamos vendo essa ideia com bons olhos. Estamos analisando as modalidades precisas na França, e depois teremos a oportunidade de discuti-las com outros países europeus.”

O AIIB foi lançado em Pequim no ano passado para incentivar o investimento em transporte, energia, telecomunicações e outros projetos de infraestrutura na Ásia, e foi encarado com concorrente do Banco Mundial, dominado por nações ocidentais, e do Banco de Desenvolvimento Asiático.

A nova entidade é vista como um vetor essencial do “soft power” chinês na região, possivelmente às custas dos Estados Unidos – normalmente o Banco Mundial é presidido por um indicado dos EUA, e Washington é quem tem mais influência no FMI.

No início deste ano, a China declarou que um total de 26 países foram incluídos como membros fundadores do AIIB, a maioria da Ásia e do Oriente Médio, e que planeja finalizar os artigos do acordo de adesão até o final do ano.

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que Coreia do Sul, Suíça e Luxemburgo estudam se unir ao AIIB, e um funcionário do governo indiano afirmou que Nova Déli também ouviu sobre a adesão dos dois últimos.

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Paris/Pequim - Alemanha, França e Itália declararam nesta terça-feira que concordaram em participar de um novo banco de investimento capitaneado pela China depois que a Grã-Bretanha enfrentou a pressão dos Estados Unidos , seu parceiro mais próximo, para se tornar membro fundador de uma empreitada vista em Washington como rival do Banco Mundial.

A manobra calculada para se unir ao projeto econômico expansionista, um carro-chefe de Pequim, foi um golpe diplomático nos EUA e reflete a ansiedade europeia para tirar proveito da economia de rápido crescimento da China, a segunda maior do mundo.

A ação surgiu em meio a negociações comerciais espinhosas entre Bruxelas e Washington, e no momento em que a União Europeia e governos da Ásia estão frustrados por o Congresso norte-americano ter freado uma reforma dos direitos de votação no Fundo Monetário Internacional (FMI) que daria mais voz à China e a outras economias emergentes na governança econômica global.

O ministro da Fazenda alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que seu país, a maior economia europeia e grande parceiro comercial de Pequim, será um membro fundador do Banco de Investimento de Infraestrutura Asiática (AIIB, na sigla em inglês).

Um funcionário do Ministério da Fazenda francês afirmou à Reuters que Paris “confirma a participação da França e enfatiza o acordo entre Alemanha, França e Itália” na questão, revelada pelo jornal britânico Financial Times.

O Tesouro da Itália declarou que os europeus concordaram em trabalhar para fazer com que a nova instituição “siga os melhores padrões e as melhores práticas em termos de governança, salvaguardas, dívida e políticas de aquisição”.

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse aos repórteres: “De fato estamos vendo essa ideia com bons olhos. Estamos analisando as modalidades precisas na França, e depois teremos a oportunidade de discuti-las com outros países europeus.”

O AIIB foi lançado em Pequim no ano passado para incentivar o investimento em transporte, energia, telecomunicações e outros projetos de infraestrutura na Ásia, e foi encarado com concorrente do Banco Mundial, dominado por nações ocidentais, e do Banco de Desenvolvimento Asiático.

A nova entidade é vista como um vetor essencial do “soft power” chinês na região, possivelmente às custas dos Estados Unidos – normalmente o Banco Mundial é presidido por um indicado dos EUA, e Washington é quem tem mais influência no FMI.

No início deste ano, a China declarou que um total de 26 países foram incluídos como membros fundadores do AIIB, a maioria da Ásia e do Oriente Médio, e que planeja finalizar os artigos do acordo de adesão até o final do ano.

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que Coreia do Sul, Suíça e Luxemburgo estudam se unir ao AIIB, e um funcionário do governo indiano afirmou que Nova Déli também ouviu sobre a adesão dos dois últimos.

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